Diferente das outras, agora os profissionais irão cruzar os braços por tempo indeterminado
O Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) anunciou uma nova paralisação dos atendimentos realizados por médicos credenciados ao Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO). Diferente das duas anteriores, a paralisação iniciada à 0h desta quinta-feira (21/8) será por tempo indeterminado. Trata-se da terceira vez que os profissionais vão paralisar os serviços em menos de um mês.
A decisão foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária Permanente realizada no dia 14 de agosto. Segundo o Simego, o movimento ocorre diante da ausência de resposta do Governo de Goiás e da direção do Detran às reivindicações da categoria.
Os médicos cobram a reposição das perdas inflacionárias acumuladas nos últimos nove anos, além de melhores condições de trabalho. O sindicato afirma que a paralisação não afetará os atendimentos da Junta Médica e da Junta Técnica do Detran-GO, que serão mantidos para os casos considerados inadiáveis, conforme prevê a legislação.
Até o momento, o Detran-GO não divulgou novo posicionamento sobre a greve por tempo indeterminado. O espaço pode ser atualizado.
Terceira rodada de pressão
Esta é a terceira paralisação convocada pela categoria no intervalo de um mês. As duas anteriores ocorreram nos dias 15 e 30 de julho, com duração de 48 e 72 horas, respectivamente. A escalada do movimento tem gerado embates públicos entre os profissionais e a direção do Detran-GO.
Durante as paralisações anteriores, o presidente do Detran-GO, delegado Waldir Soares, classificou a greve como irregular e ameaçou aplicar punições aos médicos e psicólogos envolvidos, como suspensão e descredenciamento. Segundo ele, por serem credenciados e não servidores efetivos, os profissionais não teriam direito à greve. “Credenciado não pode fazer greve. Isso não é permitido. Toda reivindicação é justa, mas há limites”, afirmou.
‘Postura autorirária’
Em resposta, o Simego acusou o presidente da autarquia de adotar uma postura autoritária e antidemocrática e defendeu a legalidade do movimento, aprovado em assembleia conforme prevê o estatuto da entidade. “Tentar criminalizar ou punir esse movimento legítimo apenas demonstra a dificuldade da gestão em lidar com reivindicações justas”, afirmou a presidente do sindicato, Franscine Leão, em nota anterior.
A entidade também criticou declarações feitas por Waldir Soares sobre os valores pagos por consulta médica e tempo de atendimento. Segundo o Detran-GO, o médico recebe R$ 90 por exame, pagos diretamente pelo cidadão, com casos de profissionais que teriam faturado até R$ 38 mil por mês. O sindicato rebateu os números e considerou ofensiva a fala que comparou o exame a atendimentos de “um ou dois minutos”, ressaltando que os procedimentos envolvem responsabilidade técnica, laudos oficiais e rigor ético.
Correio de Santa Maria, com informações do Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego)