Domingo, 14/12/25

Medida dos EUA isenta apenas um produto de 79 exportados do DF

Medida dos EUA isenta apenas um produto de 79 exportados do DF
Medida dos EUA isenta apenas um produto de 79 exportados do DF | Imagem: Reprodução

Medida dos EUA isenta apenas um produto de 79 exportados do DF

Uma ordem executiva da Casa Branca, anunciada em 20 de novembro, zerou as tarifas de 40% aplicadas a parte dos produtos brasileiros exportados aos Estados Unidos, mas teve pouco efeito para o Distrito Federal. Dos 79 itens fabricados na capital e enviados ao mercado norte-americano, apenas um passou a contar com a isenção.

O único produto do DF que ficou de fora do tarifaço de Donald Trump foi o chá verde, segundo a Federação das Indústrias do Distrito Federal (Fibra).

O item representa uma porcentagem muito baixa das mercadorias exportadas ao país e corresponde a US$9.750.

A redução tarifária pelos Estados Unidos vale apenas para um grupo restrito de produtos agrícolas brasileiros. A maior parte das mercadorias do Distrito Federal tem origem no setor industrial, como gorduras, óleos, massas para panificação, biscoitos e vestuário, que não estão contempladas na medida.

O presidente da Fibra, Jamal Jorge Bittar, avaliou que o governo brasileiro tem negociado de forma efetiva a pauta das tarifas contra produtos brasileiros. A expectativa é de que esse cenário se reverta em curto prazo.

“A indústria do DF continua afetada, porém como temos uma diversidade grande de destino de produtos, o peso das tarifas fica concentrado em setores. Vamos manter nosso trabalho ao lado da Confederação Nacional da Indústria e do governo federal para buscar a reversão deste cenário”, afirmou o presidente da Fibra.

De acordo com Jamal, a Fibra tem apoiado as empresas a buscarem novos mercados para os produtos exportados aos Estados Unidos, “como forma de fugir da insegurança que esse momento traz”.

Produtos mais exportados

Óleos e gordura são os produtos mais exportados para os EUA. No ano passado, a categoria movimentou U$ 2.979.089 com transações. Em seguida, as empresas que exportam misturas e pastas para produtos de padaria arrecadaram US$ 1.613.933.

A indústria do biscoito ficou em terceiro lugar com US$ 909.749 arrecadados em 2024.

Tarifaço

  • Donald Trump assinou a ordem executiva que oficializou a tarifa de 50% contra os produtos exportados do Brasil para os Estados Unidos, em julho deste ano.
  • Na prática, os 50% são a soma de uma alíquota de 10% anunciada em abril com 40% adicionais anunciados no início daquele mês.
  • Apesar disso, o líder norte-americano deixou quase 700 produtos fora da lista de itens afetados pela tarifa extra de 40%. Entre eles, estão: suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro. Os produtos isentos serão afetados apenas com a taxa de 10%.
  • Do DF, apenas um produto ficou de fora do tarifaço de Donald Trump: combustível para aviação. O item corresponde a 9,4% das mercadorias exportadas ao país norte-americano, que representa US$ 739.273.

Em julho deste ano, Donald Trump assinou a ordem executiva que oficializou a tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil.

A decisão foi justificada como resposta a ações do governo brasileiro que, segundo a Casa Branca, representam uma ameaça “incomum e extraordinária” à segurança nacional, à política externa e à economia norte-americana.

O decreto se baseou na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional (Ieepa, na sigla em inglês), de 1977, que declara a instauração de uma nova emergência nacional nos EUA em relação ao Brasil.

Em 14 de novembro, o presidente dos Estados Unidos fez um recuo em sua guerra tarifária e assinou uma ordem executiva que reduziu as tarifas impostas por ele sobre produtos agrícolas.

A decisão contemplou diretamente produtos exportados pelo Brasil, como café, carne bovina e frutas, a exemplo do açaí, que ainda estavam taxados em 50% pelos EUA.

A redução, nesse caso, referia-se apenas à tarifa recíproca de 10%, aplicada por Trump em 2 de abril deste ano. A taxa adicional de 40% contra o Brasil, oficializada pelo republicano no final de julho, permanecia valendo, até então.

Cerca de uma semana depois, Trump assinou uma nova ordem executiva para zerar as tarifas de 40% dos Estados Unidos sobre alguns produtos agrícolas brasileiros. Com a decisão, as tarifas sobre carne bovina fresca, resfriada ou congelada, produtos de cacau e café, certas frutas, vegetais e nozes, e fertilizantes foram zerados.

Segundo o texto, a Casa Branca considera que houve “progresso inicial” nas negociações conduzidas após uma conversa telefônica entre Trump e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 6 de outubro. O diálogo abriu caminho para uma revisão da medida punitiva.

T LB

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