Mulheres processam Match Group por ‘acolher estupradores’
Seis mulheres que foram estupradas ou agredidas sexualmente após serem drogadas por um médico nos Estados Unidos entraram com um processo nesta terça-feira, 15, contra a Match Group, controladora do Tinder e Hinge, por “acolher estupradores em seus produtos” através de “negligência” e um produto “defeituoso”. Apoiadas por quatro escritórios de advocacia, as vítimas afirmaram que, ao permitir que os perfis de abusadores denunciados continuassem ativos, como o caso de Stephen Matthews, a empresa deu aval para “predadores sexuais”.
Acusações contra a Match Group
“Mesmo quando o Match Group recebe denúncias de estupradores, continua a acolhê-las, não alerta os usuários sobre os riscos gerais e específicos e recomenda ativamente predadores conhecidos aos seus membros”, disse a denúncia de 54 páginas. “Os estupradores sabem que cada plataforma do Match Group oferece um catálogo de vítimas disponíveis.”
Em agosto, Matthews foi condenado a uma pena de 158 anos à prisão perpétua por 35 acusações de drogar e/ou agredir sexualmente 11 mulheres entre 2019 e 2023. Ele teria sido denunciado ao aplicativo pela primeira vez por uma sobrevivente em 2020, mas continuaria com acesso por mais três anos, quando outra mulher abusada foi à delegacia em Denver.
Embora o Match Group tenha alegado que havia “banido permanentemente” Matthews, a ação apontou que a conta do médico permaneceu ativa e chegou a ser colocada como “destaque”. A queixa também citou uma investigação de 18 meses sobre a empresa realizada pelo Dating App Reporting Project, publicada no jornal britânico The Guardian em fevereiro, que apontava que a controladora sabia da dimensão dos problemas há anos, mas manteve essa informação em segredo.
As seis mulheres mantiveram a identidade em sigilo para proteger a privacidade. O processo alega que o design do Hinge é “defeituoso”, já que o agressor pode desfazer a combinação com uma vítima antes que ela o denuncie. Além disso, testes pelo relatório mencionado revelaram que usuários banidos conseguiam voltar ao Tinder, sem precisar alterar nome, data de nascimento ou foto de perfil, até o início de 2025.








