Creche para filhos de servidores do Senado será fechada no DF

Através de comunicado enviado aos pais dos alunos, a instituição alegou passar por uma grave crise financeira

09/10/2019 06h10 - Atualizado em 09/10/2019 às 06h10

O Centro de Educação Infantil dos Servidores do Senado Federal (CEI-Assefe) informou, nessa segunda-feira (08/10/2019), que encerrará as atividades da creche a partir de 2020. Através de comunicado enviado aos pais dos alunos, a escola defendeu que a decisão foi tomada em conjunto com a Diretoria Executiva e o Conselho Deliberativo devido a uma crise financeira.

No texto do documento ao qual o Metrópoles teve acesso, a creche explica que “os últimos exercícios financeiros têm gerado déficits que estão impactando de modo significativo o balanço da Assefe”. Contudo, o CEI continuará funcionando normalmente até o encerramento das atividades letivas deste ano de 2019.

A unidade de ensino é aberta para crianças de 4 meses a 6 anos. Segundo pais de alunos, a mensalidade do local varia entre R$ 2 mil e R$ 4,5 mil.

De acordo com a instituição de educação infantil, a iniciativa de prestar os serviços aos associados do Senado decorreu da necessidade de atender aos filhos dos servidores “eis que se tratava de um serviço pouco ofertado e com uma proposta de promover uma educação infantil inovadora e com atenção, zelo e carinho às crianças”.

No entanto, após mais de 30 anos, a situação não seria mais a mesma. “Seja em razão do contexto social e econômico, bem como pelo fato da existência de inúmeras opções de serviços similares prestados, também de boa qualidade, capazes de atender aos associados”, dizia o texto.

“Não sendo mais uma atividade em que há carência no mercado de oferta desse serviço, não subsistindo mais a necessidade que motivou a Assefe a albergar essa atividade, na atual conjuntura, passou a configurar relativo desvirtuamento do objeto social do Clube Assefe.”

A creche ainda defendeu que quando a Assefe assumiu o encargo de ofertar educação infantil aos associados, “não mediu esforços para assegurar qualidade, segurança, eficiência e atenção máxima às crianças, sem ênfase em alcançar superávit financeiro na operação”.

Assembleia

Pegos de surpresa, pais de alunos buscam agora convocar uma assembleia para que a decisão seja revista. Para a servidora pública Viviane Varga, 44, mãe de um aluno da instituição, a interdição da unidade é um “prejuízo para a cidade”.

“Meu filho está no último ano, então, não vou ser tão prejudicada assim. Mas fiquei muito triste porque é uma referência de ensino infantil em Brasília, uma escola extremamente consolidada”, disse.

“A escola vai ser fechada por decisão unilateral, sem anuência dos associados, ferindo o estatuto da associação. Acho um desrespeito muito grande com os pais dos alunos e profissionais”, considerou.

De acordo com a servidora, a escola nunca foi transparente com os pais sobre a questão financeira. “As contas nunca foram transparentes, porque faz-se uma mistura entre as contas do clube e da escola. Então, estamos querendo reverter a decisão, pretendemos nos manifestar”, afirmou.

Outra servidora, que pediu para não ser identificada, é mãe de três crianças que estudam no local. Ao Metrópoles, ela reforçou a falta de transparência da instituição de ensino para com os responsáveis pelas crianças.

“Dizer que está em crise não resolve se não apresentarem algo. A deveria dizer com base em que a escola está com prejuízo”, avaliou. “Pelo estatuto precisa de 100 associados para convocar uma assembleia, então vamos fazer um requerimento, porque queremos que nos mostrem as contas”, completou.

 


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