Num momento em que ainda precisa dar explicações sobre a Operação Drácon, o deputado distrital Cristiano Araújo (PSD) tem pela frente outro embate. Está marcada para a próxima terça-feira, na sessão do Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF, o recebimento da denúncia por fraude em licitação em suposto esquema de concessão irregular de bolsas da Fundação de Apoio à Pesquisa (FAP). O Ministério Público imputou o crime ao deputado nove vezes. Se a ação penal for instaurada, Cristiano vai responder por ter concedido bolsas de pesquisa científica, de até R$ 4 mil, a pessoas sem qualquer qualificação para obter o benefício. De acordo com a denúncia, os bolsistas eram, em geral, jovens de boa aparência que ganhavam o dinheiro sem nem sair de casa. O suposto esquema envolvia também interesses do PTB, então presidido por Gim Argello. O relator do processo no Tribunal de Justiça do DF é o desembargador JJ Costa Carvalho.
Espera pelas escutas da Drácon
A defesa da deputada Celina Leão (PPS) deverá pedir o adiamento do julgamento sobre o recebimento da denúncia da Operação Drácon, que a princípio ocorreria na sessão de 21 de março no Conselho Especial do Tribunal de Justiça do DF. A equipe de advogados estuda pedir a suspensão da data até que a perícia das gravações realizadas por escuta ambiental em gabinetes da Câmara Legislativa seja concluída e anexada aos autos. Esse trabalho não tem data para ser concluído. São 720 horas de gravações.
Liberação total
O presidente da Câmara Legislativa, Joe Valle (PDT), esteve nesta semana com o vice-presidente do Tribunal de Justiça do DF, Humberto Ulhôa, para pedir a liberação das 720 horas de gravações das escutas ambientais da Operação Drácon.