26/12/2019 às 06h47min - Atualizada em 26/12/2019 às 06h47min

DF inclui cinco nomes de foragidos na lista vermelha da Interpol

Principais crimes cometidos pelos fugitivos brasileiros são tráfico de drogas, feminicídio e homicídio

Neste ano, entre janeiro e novembro, o Distrito Federal incluiu cinco pedidos de difusão vermelha na lista da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). O dado foi confirmado ao Metrópoles pela Polícia Federal. Os cinco criminosos, agora procurados internacionalmente, cometeram delitos na capital federal e foram alvos de inquéritos conduzidos pela Polícia Civil.

Dos 7146 foragidos que constam na relação, 105 são do Brasil. Desses, cinco moravam no DF. Os principais crimes cometidos por eles são tráfico de drogas, feminicídio e homicídio. Segundo um levantamento feito pela reportagem, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais são os estados que mais incluíram foragidos na difusão vermelha.

O último nome de Brasília a estampar a lista da Interpol foi o de Paulo Rogério Vasconcelos Marques, 20 anos. Alvo de investigação da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central), Pâmela, registrada como Paulo, foi presa na cidade de Lleida, província de Barcelona, Espanha, em julho deste ano. A travesti estava foragida desde junho, quando a Polícia Civil do Distrito Federal deflagrou a Operação Cilada.

 

Pâmela é suspeita de pertencer a uma organização criminosa que extorquia e espancava vítimas em hotéis de luxo do Brasil e da Europa. À época, o Metrópoles antecipou que a jovem estava escondida em Lleida e trabalhava como garota de programa.

Ela teria passado a se vestir de mulher e se apresentar como Pâmela, para que não fosse reconhecida. Diante das informações colhidas pelos investigadores, policiais civis do DF entraram em contato com a Interpol e a polícia espanhola.

INTERPOL/REPRODUÇÃO
Interpol/Reprodução

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Paulo Rogério Vasconcelos Marques
Tentativa de homicídio

Um morador do Gama se tornou procurado internacional após tentar matar uma mulher em 2015. Após o crime, Kelven da Silva Moreira teria fugido para Paris, na França.

 

Segundo o processo que tramita no Tribunal do Júri do Gama, o acusado efetuou disparos de arma de fogo contra a vítima por acreditar que ela teria furtado o seu celular, e na mesma ocasião, corrompeu dois adolescentes.

Kelven, na companhia dos dois garotos, teria agredido a vítima com chutes, socos e, em seguida, tentado matá-la, com cerca de quatro tiros que a feriram gravemente.

INTERPOL/REPRODUÇÃO
Interpol/Reprodução

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Keven da Silva Moreira

Em depoimento colhido na 20ª Delegacia de Polícia (Gama), uma testemunha declarou que a vítima chegou a ser arrastada e agredida com chutes e socos, inclusive na cabeça. A mulher disse que ouviu quatro disparos de arma de fogo.

À polícia, a vítima confirmou a dinâmica e a motivação do crime. A tentativa de homicídio ocorreu em via pública, durante o dia, na presença de diversas pessoas. A Justiça entendeu que a tentativa foi cometida com brutalidade, pois a vítima foi agredida por várias pessoas. E, mesmo após já estar caída no chão, foi alvo dos disparos.

“Consta, ainda nos autos, que o representado se evadiu desde a data do seu depoimento na delegacia e que, ao que tudo indica, está residindo em Paris, França, junto com a namorada. Por essa razão, foi acionada a Interpol”, disse a magistrada Maura de Nazareth, em decisão de 26 de novembro de 2018.

Estupro
INTERPOL/REPRODUÇÃO
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Lucas Carvalho Rollo

Condenado a nove anos e quatro meses de prisão por estupro de vulnerável no Distrito Federal, Lucas Carvalho Rollo, 25 anos, se tornou soldado nos Estados Unidos. O crime ocorreu em 2014, em Vicente Pires.

O mandado de prisão contra Lucas foi expedido em agosto de 2017. O suspeito nasceu em Florianópolis (SC), mas tem cidadania americana por ser filho adotivo de uma brasileira com um homem nascido nos Estados Unidos.

Em 2013, o jovem passou a viver na casa de um familiar dos pais adotivos. Na residência de Vicente Pires, atacou uma criança que tinha apenas 6 anos. O acusado tinha 20 na ocasião.

Segundo relato da mãe da menina, ninguém desconfiava de nada. No começo, tudo parecia normal, entretanto, em 2 de fevereiro de 2014, um comportamento estranho da criança chamou a atenção do pai. A pequena relatou que estava sangrando porque Lucas havia passado um gel nas partes íntimas dela.

O caso foi registrado na 38ª Delegacia de Polícia (Vicente Pires). Ao longo da investigação criminal, os peritos analisaram o short, a calcinha e a camiseta da vítima, além do lençol do quarto. Os técnicos constataram nas amostras a presença do sangue, líquido seminal (parte do sêmen sem espermatozoides) e material genético de Lucas.

Exame de corpo de delito concluiu que o hímen da menina não foi rompido. O rapaz chegou a ser preso, mas conseguiu habeas corpus para responder ao processo em liberdade. Advogada de Lucas à época, Cláudia Tereza conta que o cliente foi absolvido em primeira instância pela 2ª Vara Criminal de Taguatinga. Assim, recuperou o passaporte e deixou o Brasil. Todavia, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) recorreu da decisão e o acusado foi condenado em segunda instância ainda em 2016.

O caso foi dado como encerrado na Justiça e iniciou-se o processo de execução da pena. Em 1º de setembro de 2017, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) solicitou a inclusão do nome de Lucas na lista de difusão vermelha da Interpol. O rapaz é considerado foragido.

Os dois nomes restantes não foram divulgados para consulta pública, portanto, a reportagem ainda não teve acesso às fichas dos criminosos


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