29/12/2019 às 06h44min - Atualizada em 29/12/2019 às 06h44min

Moradores de rua são flagrados colocando doações em carro

Com crianças no colo e instalados no canteiro entre quadras do Plano Piloto, homens e mulheres levaram sacolas para o veículo

Um vídeo que começou a circular no WhatsApp neste sábado (28/12/2019) mostra supostos moradores de rua colocando o que seriam doações recebidas em um Renault Sandero de quatro portas.

O caso, segundo relatos nas redes sociais, teria ocorrido nos últimos dias, na altura das quadras 111/112 Norte, mas não é possível confirmar a data nem o local exato. O veículo, aparentemente novo, custa em média R$ 40 mil. A movimentação chamou a atenção de quem passava pelo local.

Ao observar a família, com crianças de colo, que havia montado acampamento na grama do local usando o Sandero, moradores da região iniciaram discussões nos grupos da prefeitura da Asa Norte.

A indignação gira em torno de um possível “favorecimento” ou falsidade ideológica com aproveitamento da solidariedade das pessoas. Um dos moradores afirma existir “uma ‘indústria’ de mendicância”: “Pessoas que não são, de fato, miseráveis, mas se instalam na rua porque é lucrativo. Fazer doações na rua não é uma boa opção”, alerta um integrante do grupo de WhatsApp.

Ao saber da situação, a Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes) afirmou que fará uma abordagem social na região para possíveis encaminhamentos. A investigação se há falsidade ideológica ou não é de responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública, disse a pasta.

Crescimento

Segundo levantamento da Sedes, neste fim de ano o número de pessoas em situação de rua cresceu cerca de 20%. São famílias que relatam residir no Entorno do Distrito Federal e que vêm para o DF no intuito de arrecadar doações e retornam às suas casas posteriormente.

“Preparado para esse incremento, o Serviço Especializado de Abordagem Social de Rua foca a atuação em regiões mais estratégicas, como nas áreas centrais de Brasília, oferecendo tanto o acolhimento quanto o retorno domiciliar. Porém, são pessoas que não buscam necessariamente o atendimento socioassistencial do DF. O foco é a caridade das pessoas”, disse a pasta, por meio de nota.

A atuação da secretaria é semanal em todos os pontos mapeados, por meio da abordagem social. No DF, existem atualmente 3 mil pessoas em situação de rua. Os principais pontos são Plano Piloto, Ceilândia e Taguatinga.

“O trabalho é feito diariamente, com 30 equipes de abordagem de rua. Durante esse trabalho, nos espaços públicos, são apresentados os serviços socioassistenciais e oferecido encaminhamento psicossocial, ou para um dos centros de atendimento ou no núcleo de acolhimento da pasta”, exemplificou a Sedes.


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