O cenário é dramático e deve piorar nas próximas semanas, quando os prejuízos ficarem mais palpáveis. Para tentar evitar um recuo brusco da atividade econômica, o governo federal anunciou ontem um pacote emergencial de R$ 147 bilhões para ajudar as empresas a lidar com os prejuízos.
Entre as ações estão o adiamento do recolhimento da porção das empresas no Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) dos funcionários, por um período de três meses (com impacto de R$ 30 bilhões), e incentivos ao consumo.
A ajuda chega num cenário em que a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) já calcula
queda média de 15% no movimento e torce para o prejuízo se estabilizar no dobro desse índice.
“Entendemos que a queda de faturamento acontecerá e acreditamos que vai se estabilizar em torno de 30%, porque o Brasil tem chances únicas de ser exitoso [no controle da epidemia], por consciência da população e pela iniciativa do setor de espalhar suas mesas e cumprir outras medidas de autorregulação, garantindo o padrão OMS de prevenção”, informou a entidade, em nota ao Metrópoles.
A Abrasel também informou que ainda não há estimativa de quantos empregos podem ser perdidos no setor na esteira dessa crise, mas aposta que alguns poderão ser repostos em outra ponta da linha de produção: “A tendência é que o delivery cresça, e nossa expectativa é que as empresas de delivery reduzam bastante a sua taxa de cobrança para ajudar o setor a enfrentar este momento”, diz a manifestação da associação.
As empresas aéreas estão entre as principais vítimas das consequências econômicas da pandemia. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que já havia pedido ajuda ao governo após as ações das associadas despencarem na Bolsa na última semana, começou a calcular seus prejuízos – que devem subir ainda mais com as crescentes interrupções do tráfego aéreo.
Segundo a entidade, as “associadas já registram, em média, queda de 30% na demanda por voos domésticos e redução de 50% nas viagens internacionais, em relação ao mesmo período do ano passado”.
Ao longo desta semana, outras entidades setoriais, como as que representam as indústrias de construção, transporte e agronegócio, deverão divulgar previsões de prejuízos, criando uma ideia mais completa dos impactos que o vírus trará para a economia brasileira em 2020.
Depois de o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), determinar no fim da semana passada o fechamento de cinemas e teatros, medida que foi seguida no fim de semana pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), a rede Kinoplex põs em férias coletivas de todos os funcionários do RJ. Quem também adotou medidas para enfrentar os efeitos da medida foi a rede Cinemark, a maior do país. A companhia propôs nessa segunda-feira (16/03) aos funcionários adesão a um Plano de Demissão Voluntária (PDV) ou um Programa de Qualificação Profissional remunerado.
Segundo o presidente do Sindicato dos Empregados de Empresas Teatrais e Cinematográficos do Rio de Janeiro, Paulo Balmant, o Cinemark colocou as seguintes condições nas duas propostas: