Ramagem seria ligado a outro delegado, Mario Fanton, que, ressalta o Intercept, havia acusado seus colegas paranaenses de manipulação de provas e acabou denunciado por violação de sigilo funcional. Ramagem e Fanton, segundo a Lava Jato, repassariam informações ao PT e também informações relativas à Operação Carne Fraca ao ex-deputado federal André Luiz Vargas Ilário.
O principal ativo deste delegado da PF desde 2005 é a confiança que ele conquistou na função de chefe da segurança de Bolsonaro na campanha presidencial após a facada que quase matou o então candidato, em setembro de 2018.
Ramagem foi delegado no Rio de Janeiro, onde Bolsonaro tem seu domicílio eleitoral, e trabalhou em inquéritos da Operação Lava Jato, mas não conhecia o presidente até começar a trabalhar com ele.
Apesar do pouco tempo, a relação estabelecida entre o delegado, Bolsonaro e seus filhos se tornou forte e, na posse de Ramagem na Abin, em julho de 2019, Bolsonaro o chamou de “amigo que conheci há pouco tempo”.
O Intercept ressalta que “Ramagem permaneceu na Lava Jato até 2018, quando assumiu um trabalho administrativo na PF. Foi só após a facada que Bolsonaro sofreu durante a corrida eleitoral, em setembro, que o delegado assumiu a coordenação da segurança da campanha.
Pedimos à força-tarefa da Lava Jato em Curitiba uma posição dos procuradores a respeito das afirmações sobrede Ramagem. Em resposta, a assessoria do Ministério Público Federal no Paraná disse que o site prejudicou o direito de resposta ao não disponibilizar o material para análise da força-tarefa”, destaca o Intercept.