Tenho pouca paciência para esses robôs humanos e mecânicos que infestam a Tribuna da Internet, escalados para defender a permanência de Jair Bolsonaro no poder. São profissionais, ganham para fazer o serviço, é compreensível. O mais curioso, para mim, é o repúdio ao vice-presidente. Nem Freud poderia explicar por que os defensores da intervenção militar preferem manter o capitão Bolsonaro, ao invés de apoiar o general Hamilton Aragão.
Por incrível que pareça, algumas pessoas ainda agem assim, parece que foram hipnotizadas pelo “mito”, que é um líder político mais falso do que uma nota de três dólares, mas se comporta admiravelmente como líder de seita.
QUESTÃO DE HIERARQUIA – Seria muito mais lógico se os fanáticos por Bolsonaro despertassem do transe e passassem a optar por Mourão, até mesmo por uma questão de hierarquia. É muito esquisito ver general obedecendo ordem de capitão, especialmente da categoria de Bolsonaro, que é um completo idiota, conforme o classifiquei aqui na TI, quando defendi o voto nele para impedir a eternização da primeira república sindicalista do mundo, que representaria um tipo de ditadura jamais visto na História Universal. Mas isso é outro assunto, qualquer dia voltaremos a ele.
Tenho desprezo por esse tipo de fanático político, que não consegue perceber a diferença entre um capitão tosco e desclassificado como Bolsonaro e um general altamente preparado como Mourão. E para sair dessa crise iniciada pelo coronavírus, o Brasil precisa desesperadamente que Bolsonaro deixe logo o poder e seja substituído por Mourão.
O MUNDO MUDOU – Em tradução simultânea, com a pandemia o xadrez da política mundial vai mudar inteiramente. Diante do imobilismo diplomático norte-americano, que só pensa em guerras e disputas pelo petróleo, gastando uma fábula para manter suas centenas de bases militares internacionais, a China avançava abertamente com a construção da Nova Rota da Seda, para invadir a economia europeia através da Itália, já tendo se infiltrado na região industrial da Lombardia, epicentro europeu da Covid-19.
Mas a pandemia está alterando a situação. A China mentiu o tempo todo. Primeiro, escondeu a gravidade da situação; depois, usou a doença como marketing de eficiência, construindo um hospital ao vivo em apenas sete dias, quando seria muito mais rápido e barato instalá-lo em barracões militares etc. e tal.
O fato concreto é que contaminou o mundo e os Estados Unidos, que têm um terço dos contaminados, vão cobrar caro, junto com os europeus, especialmente França, Itália, Reino Unido, Alemanha e Espanha. Ou seja, EUA e União Europeia vão se unir comercialmente contra o dragão chinês.
BOLSONARO E MOURÃO – Nessa conjuntura, com Bolsonaro à frente, pateticamente submisso a Donald Trump ou qualquer outro presidente da matriz USA, o Brasil vai se arrastar na maior crise da História, sem conseguir competir com os produtores agrícolas americanos e europeus, que são altamente subsidiados. Vai ser uma tragédia anunciada, porque, na política externa, a filial Brazil ficará à margem do mundo, como mera sucursal dos EUA.
Caso nos livremos de Bolsonaro e o vice Mourão assuma, o quadro é outro, porque os militares são pragmáticos e não se comportam como sabujos da matriz USA.
Para enfrentar o bloqueio de americanos e europeus, a China terá de interromper a construção da Rota da Seda quando chegar ao Oriente Média e se unir aos gigantes do BRICS (Brasil, Rússia, Índia e África do Sul), além de outras nações em desenvolvimento.
SAÍDA DA CRISE – Não há outro caminho para o Brasil. Com o general Mourão no Planalto, poderemos deixar de ser filial e agir como nação independente no tabuleiro de xadrez da política internacional.
Até a Embraer será beneficiada, porque a China e os BRICS precisam de nossos jatos de passageiros, que hoje são mais baratos e confiáveis do que os novos modelos da Boeing, totalmente desprestigiados, porque avião pode tudo, menos cair.
Bem, amigos, é por essas e outras que defendemos que este país se livre logo de Bolsonaro e ressurja na política internacional com a grandeza que realmente possui, como o quinto maior em território, o sexto em população, a nona economia e um potencial de crescimento que nenhum outro país apresenta. E como dizia Ibrahim Sued, “sorry, periferia”.