12/05/2020 às 07h27min - Atualizada em 12/05/2020 às 07h27min
“Haverá um acerto de contas!”, afirma Nobel crítico ao lockdown
Para Michael Levitt, políticos e especialistas erraram ao adotar medidas extremas e prejudiciais: “surto após surto é possível observar um padrão matemático semelhante, independentemente das intervenções governamentais”.
Brasil Sem Medo
Douglas Pelegati
Vencedor do Prêmio Nobel de Química, Michael Levitt criticou em entrevista recente ao jornal americano 21st Century Wire as políticas de lockdown e controle social adotadas em quase todos os países ocidentais. Segundo o pesquisador, as consequências econômicas e sociais serão desastrosas quando comparadas aos danos causados pelo COVID-19. Enquanto isso, políticos e analistas sociais se preparam para dobrar a aposta e insistir em políticas públicas com resultados incertos e graves consequências a seus países. Michael Levitt enfatiza que não é médico, nem epidemiologista, mas sim um químico, professor de Biologia Estrutural na Stanford School of Medicine, e vencedor do Prêmio Nobel de Química em 2013. Sua habilidade, então, é lidar com números, sistemas químicos complexos e estatísticas: “Gosto tanto de números que minha mulher reclama dizendo que gosto mais deles do que dela”, armou Levitt sem parecer estar brincando. Segundo o professor e pesquisador, a melhor atitude a ser adotada diante da propagação da COVID-19 seria a “política de imunidade do rebanho”. A estratégia consiste em imunizar a maioria da população através do contágio direto (através da própria doença) ou indireto (através de vacinas, por exemplo). Quando uma porcentagem alta da população (em média 95%) adoece e desenvolve anticorpos, o restante social mais vulnerável ou suscetível à formas graves da doença acaba imunizado pela “imunidade do rebanho”. A Suécia, diz Levitt, “deve ser vista claramente como uma vencedora nesse momento, pois se recusou a adotar políticas de lockdown”. Já sobre o Reino Unido, ele afirma:
Na contramão de muitas previsões sobre o coronavírus, Michael Levitt, afirma que a pandemia não apresenta risco para a maioria das pessoas e que elas são naturalmente imunes.
Citado em re
portagem do jornal Jerusalem Post, Levitt foi certeiro ao projetar que a China teria uma rápida diminuição no número de infectados ainda em fevereiro.
+ Mais de 100 mortos por coronavírus no Reino Unido + Coronavírus pode acabar com 25 milhões de postos de trabalho no mundo Ele conta que começou a analisar os números envolvendo o coronavírus quando o surto teve início em Hubei, marco-zero do vírus no mundo. Agora, passado o pico de casos na província chinesa, os dados de Levitt indicam que a doença desaparecerá do país ainda neste mês.
O cientista explica que as pessoas, conforme são infectadas e sobrevivem à doença, começam a ficar imunes ao vírus. Imaginando que uma grande parte delas já se recuperou (são mais de 80 mil, segundo a OMS), a curva do contágio entra em queda.
Ele citou o caso envolvendo o navio Diamond Princess, que ficou ancorado em Yokohama, no Japão, e mais de 800 dos 3,7 mil passageiros desenvolveram algum sintoma de coronavírus, graças a uma quarentena forçada em local inapropriado.
“Essas são condições extremamente confortáveis para o vírus e, ainda assim, apenas 20% foram infectados. É muito, mas bastante semelhante à taxa de infecção da gripe comum”, disse Levitt, citado na reportagem do Jerusalem Post.
Sua conclusão é de que as pessoas são naturalmente imunes e casos como os da Itália, onde mais de 2,5 mil pessoas morreram e outras 31 mil estão infectadas, se alastram em função do estilo de vida da população e do alto número de idosos, os mais afetados pela pandemia.
“A cultura Italiana é muito acolhedora e os italianos têm uma vida social muito rica. Por essas razões, é importante manter as pessoas afastadas”, comentou.