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Segundo o empresário, um delegado simpatizante da candidatura do seu pai à Presidência teria contado sobre as ações futuras e mais: a corporação teria adiado a operação Furna da Onça, que teve em Fabrício Queiroz – ex-chefe de gabinete de Flávio – um dos seus principais alvos. O objetivo era não permitir que essa revelação prejudicasse o segundo turno das eleições de 2018 – vencida por Jair Bolsonaro (sem partido).
Segundo Marinho, Flávio, em encontro na sua casa no dia 13 de dezembro, contou ter sido procurado pelo ex-coronel Miguel Braga, que hoje chefia seu gabinete no Senado. Nesse encontro, o ex-militar contou ter recebido a ligação de um delegado da PF “simpatizante e adepto” da campanha bolsonarista. O homem pediu um encontro para tratar de um assunto que seria de interesse do então senador eleito.
Braga teria ido e relatou que encontrou o membro da Polícia Federal em frente ao prédio da corporação no Rio de Janeiro. Ele teria dito: “Vai ser deflagrada a Operação Furna da Onça, que vai atingir em cheio a Assembleia Legislativa do Rio. E essa operação vai alcançar algumas pessoas do gabinete do Flávio. Uma delas é o Queiroz e a outra é a filha do Queiroz, que trabalha no gabinete do Jair Bolsonaro em Brasília”, informou o jornal.
“Eu sugiro que vocês tomem providências. Eu sou eleitor, adepto, simpatizante da campanha [de Jair Bolsonaro], e nós vamos segurar essa operação para não detoná-la agora, durante o segundo turno, porque isso pode atrapalhar o resultado da eleição [presidencial]”, teria prosseguido o policial.
Flávio, então, teria relatado que informou ao pai, o atual presidente Jair Bolsonaro, sobre o que descobriu. O então candidato disputando o segundo turno mandou que ele demitisse Queiroz. De fato, o funcionário foi afastado do gabinete no dia 15 de outubro. A filha, que trabalhava diretamente com Bolsonaro, foi demitida no mesmo dia.
A operação Furna da Onça foi deflagrada apenas no dia 8 de novembro, quando Bolsonaro já havia sido eleito presidente da República.