Além do Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e do Palácio Guanabara, sede do governo carioca, o escritório de advocacia da esposa de Wilson Witzel, a primeira-dama Helena Witzel, no Leblon, a casa do ex-secretário de saúde Edmar Santos, na Rua Dezenove de Fevereiro, em Botafogo, e a sede da Secretaria de Saúde do Estado, na Rua México, no Centro, também foram alvos da Polícia Federal.
Ainda, um grupo de agentes esteve na sede do Instituto de Atenção Básica e Avançada à Saúde (Iabas), também no Centro, com o objetivo de apreender documentos ligados à contratação dos sete hospitais de campanha no estado.
A direção do instituto divulgou nota esclarecendo que “forneceu às autoridades todas as informações e documentos solicitados e está à disposição para quaisquer novos esclarecimentos. O objetivo do Iabas é promover o melhor atendimento às vítimas da Covid-19 e salvar vidas.”
De acordo com O Globo, Witzel acompanhou integralmente as buscas e publicou nota oficial negando participação em esquema de desvios. As investigações preliminares iniciadas pela Polícia Civil, pelo Ministério Público Estadual e pelo Federal indicam que há um esquema de corrupção envolvendo uma organização social responsável pela instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do estado.
A polícia levou cerca de três horas para realizar a busca no Palácio das Laranjeiras. Os agentes recolheram dezenas de papéis que estavam na residência oficial do governador e na sede do governo. O material foi levado à sede regional da PF, na Praça Mauá, e nesta tarde será transferido para a sede da corporação, em Brasília. Dois advogados de Witzel chegaram ao Palácio quando os policiais já estavam saindo.
Um contrato entre o escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel, e a empresa DPAD serviços diagnósticos limitada foi o que motivou a Operação Placebo. Alessandro de Araújo Duarte, sócio da empresa, apontado como operador do empresário Mário Peixoto foi preso semana passada.
O Ministério Público Federal informou ao STJ que um “novo compartilhamento de provas proveniente da Justiça Federal do Rio de Janeiro demonstra vínculo bastante estreito e suspeito entre a primeira dama do estado e as empresas de interesse de M.P (Mário Peixoto), em especial o contrato de prestação de serviços e honorários advocatícios entre seu escritório de advocacia e a empresa DPAD Serviços Diagnósticos LTDA, bem como comprovante de transferência de recursos entre as duas empresas.”
Além disso, o MPF ainda relatou mensagens encontradas pela PF as quais mencionam pagamentos à primeira-dama, de acordo com O Globo. Segundo os investigadores, foram descobertas no e-mail de Alessandro Duarte mensagens, do dia 14 de abril, com “documentos relacionados a pagamentos para a esposa do governador.”