O escolhido para substituir Coutinho é José Eduardo Pereira Filho, ex-presidente da Junta Comercial do Piauí (Jucepi). Advogado, Filho também foi vice-presidente de Governo do Banco do Brasil.
Coutinho atuava no primeiro escalão do Governo do Distrito Federal (GDF) desde o início da gestão do governador Ibaneis Rocha (MDB), em 2019. A exoneração ainda não foi formalizada por meio de publicação no Diário Oficial do DF (DODF), o que deve ocorrer nos próximos dias.
O quase ex-secretário do GDF disse que voltará a atuar na iniciativa privada. O empresário quer reassumir a presidência da Latin Link Consultoria.
Coutinho também planeja criar, em conjunto com um grupo de executivos, uma gestora de recursos com sede em São Paulo e integrar um novo consórcio para assessorar grandes empresas em processo de reestruturação de compromissos com credores brasileiros e internacionais.
“O país vive três crises: de saúde, econômica e política. Tudo isso no auge da curva do coronavírus. Esse é um fator para retração de investimento que será retomado, mas no tempo certo. Por outro lado, nos ajuda porque vamos assessorar as empresas que entraram em processo de dificuldade justamente em função da Covid-19”, afirmou.
O empresário destacou que a saída do governo é “hipercivilizada” e “dentro de um clima de amizade muito bom”. “Está sendo uma transição muito tranquila, acertada desde o começo do governo, quando informei que ficaria um ano e meio ou dois anos”, assinalou.
Durante a gestão de Coutinho, tiveram destaque a negociação para instalar em Brasília o Centro Internacional de Medicina Especializada (CIME), cujo investimento previsto é de pelo menos R$ 3 bilhões, e a estruturação do Desenvolve-DF, programa de implantação e regularização de empresas que substituiu o Pró-DF II.
Em maio deste ano, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do DF (SDE-DF) foi desmembrada com a criação da Secretaria de Empreendedorismo. A saída de Coutinho da SDE-DF no mesmo mês da divisão da pasta é interpretada por fontes ouvidas pela coluna como um dos motivos que levaram o empresário a decidir deixar o governo.
Coutinho, porém, disse que uma pasta direcionada aos micro e pequenos empresários era um compromisso de campanha do governador.
“O modelo ideal da Secretaria de Desenvolvimento Econômico é tratar de grandes temas e operar projetos chamados estruturantes, deixando para a Secretaria de Empreendedorismo outros temas, como o Desenvolve-DF, que envolvem proximidade grande com os pequenos empresários”, afirmou.
Mineiro de Belo Horizonte, Ruy Coutinho é bacharel em direito pela Universidade de Brasília (UnB) e mestre em finanças pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Ele atuou por mais de 20 anos como advogado sênior do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e ocupou outros cargos em órgãos ligados ao setor econômico.