29/05/2020 às 13h30min - Atualizada em 29/05/2020 às 13h30min

Gilberto Dimenstein, jornalista e escritor, morre aos 63 anos

Repórter se destacou na cobertura de temas sociais e de direitos humanos; ele lutava contra câncer no pâncreas


SÃO PAULO - Morreu na manhã desta sexta-feira o jornalista Gilberto Dimenstein, aos 63 anos. Dimenstein lutava contra um câncer no pâncreas desde 2019. Durante sua carreira, se destacou na cobertura de temas sociais e de direitos humanos. Dimenstei morreu por volta das 9 horas, dormindo em sua casa.

Em 2008, o jornalista criou o site "Catraca Livre", cujo objetivo é apresentar informações sobre atrações culturais virtuais ou presenciais em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Formado pela faculdade Cásper Líbero, Gilberto Dimenstein passou pelos jornais "Folha de S. Paulo", "Jornal do Brasil", "Correio Braziliense, "Última Hora" e pela revista "Veja", além da rádio "CBN". Além disso, também é autor de livros como "Meninas da Noite", sobre a prostituição infantil na Amazõnia, e "Cidadão de Papel", sobre os direitos da criança e adolescente no Brasil. Ele venceu por duas vezes o Prêmio Esso, o de maior prestígio no jornalismo brasileiro, em 1988 e em 1989 e uma vez o Prêmio Jabuti de Literatura, em 1993, com "O Cidadão de Papel".

Em 2019, após ser diagnosticado com um câncer no pâncreas, já com metástase no fígado, o jornalista escreveu um relato sobre o diagnóstico na "Folha".

"Hoje - é até difícil falar isso - estou vivendo o momento mais feliz da minha vida. Aquele Gilberto Dimenstein do câncer morreu. Nasceu outro. Câncer é algo que não desejo para ninguém, mas desejo para todos a profundidade que você ganha ao se deparar com o limite da vida. Não queria ter ido embora sem essa experiência", escreveu.

Nas redes sociais, jornalistas, amigos e políticos lamentaram a morte de Gilberto Dimenstein.

A colunista do O GLOBO, Miriam Leitão afirmou que a perda de Gilberto Dimenstein é gigante para o jornalismo.
— Ele revolucionou a forma de fazer o nosso ofício. Fez sucesso muito jovem, sempre foi um inteligente analista da vida nacional. Depois foi abrir novas fronteiras como o Catraca Livre. Saudades imensas de Gilberto Dimenstein — escreveu.
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, lembrou dos prêmios que Dimenstein recebeu ao longo de sua carreira.
— Manifesto meu pesar pelo falecimento do jornalista Gilberto Dimenstein. Seus inúmeros prêmios e trabalhos demonstram a importância de Gilberto para o jornalismo brasileiro. Um grande defensor da democracia. Que descanse em paz — afirmou.
O governador de São Paulo, João Doria, também lamentou a morte do repórter.
—  Lamento profundamente a morte de Gilberto Dimenstein, um dos principais expoentes do jornalismo brasileiro. Inquieto e dinâmico, deu voz a atores antes excluídos do debate nacional. O jornalismo e a sociedade perdem um olhar humanista e solidário. Meus sentimentos aos familiares —  disse.
O ex-ministro e deputado federal Ciro Gomes afirmou que a morte de Dimenstein representa uma perda para o Brasil e para o bom jornalismo.— Uma perda para o Brasil e para o bom jornalismo, realizado de forma independente e corajosa. Meus sentimentos para família e amigos — afirmou.
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