02/06/2020 às 06h33min - Atualizada em 02/06/2020 às 06h33min

Witzel presta esclarecimentos ao STJ sobre acusações na saúde e ataca MPF

Operação Placebo, da Polícia Federal, apura gastos da administração estadual durante a pandemia do novo coronavírus

Os advogados de Witzel justificam que é “humanamente impossível, e nem faz parte das atribuições dos governadores”, ter conhecimento e tomar parte “nas numerosas e complexas etapas dos processos de contratação realizados pelo estado, nas mais diversas secretarias”.

“E há de se destacar que em nenhum momento o governador foi omisso ou conivente, pois, tão logo os fatos chegaram ao seu conhecimento, ele determinou a realização de uma auditoria nas contratações questionadas e, por prudência, afastou o principal suspeito de ter envolvimento com as irregularidades, o qual, como destacado acima, afirmou que não teve nenhum contato com o governador”, reforça.

Indícios de fraudes

Na última quarta-feira (27/05), o STJ determinou que Witzel fosse ouvido no âmbito da Operação Placebo. Após a deflagração da operação, a Procuradoria-Geral da República (PGR) emitiu parecer dizendo que as provas coletadas apontam indícios de que o governador estaria no comando de uma “estrutura hierárquica” da organização e que havia “fortes indícios de fraudes”.

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A PF fez buscas nao Palácio das Laranjeiras, residência oficial do governador do Rio de Janeiro, na antiga casa de Witzel e no escritório de Helena e apreendeu computadores e telefones.

O governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), se antecipou e prestou esclarecimentos ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta segunda-feira (1º/06) nos autos da Operação Placebo, da Polícia Federal e do Ministério Público Federal (MPF).
 

O inquérito investiga desvios na saúde fluminense durante a pandemia do novo coronavírus. Witzel, bem como sua mulher, a advogada Helena Witzel, foram alvos de mandado de busca e apreensão.

Assinada pelos advogados Maria Claudia Bucchianeri Pinheiro, André Hespanhol, Thiago Andrade Silva e Ricardo Sidi, a peça alega que o MPF “agiu de forma precipitada, açodada e até mesmo irresponsável” com a abertura do inquérito.

“Não houve a realização de nenhuma diligência minimamente séria por parte da Subprocuradoria Geral da República antes de ela partir para o pedido de busca e apreensão que gerou grave instabilidade política no estado do Rio de Janeiro, em momento já delicado para a população fluminense”.

Metrópoles teve acesso ao ofício em que a defesa afirma que toda a narrativa do MPF sobre o governador “se baseia em frágeis ilações e suposições, alcançadas, repita-se, a partir de uma interpretação unilateral e descabida dos fatos”.

“Uma das mais absurdas, sem sombra de dúvidas, é a de que o governador detinha o domínio dos fatos porque ele demonstrava ter ciência das ações governamentais por meio de publicações na sua conta do Twitter”, pontua.


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