Em entrevista à Band News, o presidente disse que há uma “constância em fustigar o governo” e citou ação que corre no TSE e analisa se houve benefício à chapa vencedora das eleições de 2018, em razão de um ataque a um grupo de mulheres contrárias a Bolsonaro, criado em uma rede social. Segundo Bolsonaro, “a denúncia não devia ser aceita”.
“Isso é inadmissível. Isso, no meu entender, é começar a esticar a corda, é começar a alimentar uma crise que não existe da nossa parte. Outra, como vou dar golpe se eu já sou o presidente da República? Se eu já sou o chefe supremo das Forças Armadas?”, disse o presidente.
A referência de Bolsonaro é a uma entrevista do inistro da Secretaria de Governo, o general Luiz Eduardo Ramos, à revista Veja, na qual ele declara que o presidente nunca defendeu um golpe militar no país, mas alertou a oposição a “não esticar a corda”.
A declaração de Ramos foi resposta a um questionamento sobre a possibilidade de um golpe militar no Brasil. O ministro citou que foi instrutor da academia do Exército por vários anos e que formou boa parte dos comandantes da Força, mas que eles veem como ofensiva a narrativa de que as Forças Armadas vão romper com o regime democrático.
“O próprio presidente nunca pregou o golpe. Agora o outro lado tem de entender também o seguinte: não estica a corda”, disse o ministro.
Bolsonaro também comentou o inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF), conhecido como “inquérito das fake news”, que apura ameaças a ministros da Corte e a disseminação de conteúdo falso na internet. O presidente lembrou que a ex-procurador-geral da República Raquel Dodge e o atual procurador-geral da República, Augusto Aras, pediram o arquivamento da investigação conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes.
“O inquérito serve para interesse dele [STF]. Ele é vitima, interroga, julga e condena. Isso tá à margem da legislação. Isso é um foco de atrito. Isso não soa bem no estado democrático de direito. Isso é um atrito que o STF tem que superar”, disse.
O presidente ainda disse que nunca provocou a Suprema Corte e que “não existe intervenção militar”. “Onde eu provoquei o STF? Onde eu fui origem de problema? Em manifestação, um cara com placa de AI-5, digno de pena essa pessoa. Não existe AI-5. É como intervenção militar [artigo] 142 [da Constituição]. Não existe intervenção. Nós, militares, somos os verdadeiros responsáveis pela democracia. Nós jamais cumpriríamos ordens absurdas, mas jamais aceitaríamos um julgamento político para destruir um presidente democraticamente eleito”, acrescentou.