O microempresário Vinicius Gama Furtado estava com o marido em um loja de roupas de um shopping em Brasília na sexta-feira (12/06). “Esse homem começou a fazer piadas homofóbicas com a gente”, contou.
“Ele falou que eram roupas de viado várias vezes”, completou.
momento da agressão:
Segundo Vinicius, a situação gerou incômodo. Ele, então, pediu respeito. “Nisso, ele já ficou super estressado e já veio para perto de mim dizendo que respeitava, mas que não aceitava homossexuais”, afirmou.
“Depois disso, veio a primeira agressão. Ele pegou de uma arara vários cabides com roupa e tudo e jogou no meu rosto e no meu pescoço”, denunciou. Segundo a versão de Vinicius, o segurança da Lojas Renner se aproximou, mas não teria feito nada para interromper as agressões.
“Nisso, o cara começou a me empurrar, a me xingar, a falar vários palavrões para o meu marido. E eu falando com o segurança”.
Vinicius conta que o agressor estava acompanhado de uma mulher. “Ela o segurou bem forte. Acho que ele teve o braço machucado por conta disso, porque nem eu nem meu marido encostamos nele”, relatou.
Neste momento, em função do machucado, o homem teria partido para cima de Vinicius. “Ele vem e me dá um tapa na cara”, pontuou. Nesse momento, de acordo com o microempresário, o segurança da loja tentou conter o marido dele, mas não o agressor.
Segundo o presidente da comissão da Câmara, deputado distrital Fábio Felix (PSol), o caso será encaminhado para o Ministério Público do DF Territórios (MPDFT).
“As lojas precisam criar políticas para prevenir casos de LGBTfobia. Precisam dialogar com seus funcionários. Isso é importante e urgente, pois nos assusta muito o fato que um trabalhador não fez nada na hora”, explicou o parlamentar.
O caso é investigado na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).
Como o caso permanece em investigação e a PCDF não se pronunciou sobre as circunstâncias das agressões, a identidade do homem permanecerá preservada nesta reportagem.
Em nota, a Renner lamentou o episódio e comunicou o afastamento do segurança.
Confira o texto na integra:
A Lojas Renner lamenta imensamente o ocorrido. Imediatamente, iniciamos um processo de apuração interna e afastamos, temporariamente, o colaborador que presenciou o caso. Também já nos colocamos à disposição do Vinícius Gama Furtado para colaborar no que for necessário e entregaremos as imagens de nosso circuito interno de TV para as autoridades competentes, assim que solicitadas.
Além disso, realizaremos uma revisão interna dos processos de treinamento para todos os colaboradores. É importante esclarecer que a orientação atual para nossos colaboradores de lojas é de não ter nenhum contato físico com os clientes, utilizando apenas orientações verbais.
A companhia repudia todo tipo de agressão e não compactua com qualquer forma de preconceito. Este caso vai completamente contra os nossos valores e tomaremos as medidas necessárias.