16/06/2020 às 07h00min - Atualizada em 16/06/2020 às 07h00min

Vídeo: jovem de 22 anos denuncia ataque homofóbico em shopping do DF

Caso é investigado pela Polícia Civil e pela Câmara Legislativa. Loja onde ocorreu episódio afastou funcionário por negligencia

Polícia Civil do Distrito Federal investiga a agressão de um homem contra um jovem de 22 anos. Segundo a vítima, a violência foi motivada por homofobia. A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos, Cidadania, Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Legislativa do DF (CLDF) também acompanha o episódio.
 

O microempresário Vinicius Gama Furtado estava com o marido em um loja de roupas de um shopping em Brasília na sexta-feira (12/06). “Esse homem começou a fazer piadas homofóbicas com a gente”, contou.

“Ele falou que eram roupas de viado várias vezes”, completou.

momento da agressão:

Segundo Vinicius, a situação gerou incômodo. Ele, então, pediu respeito. “Nisso, ele já ficou super estressado e já veio para perto de mim dizendo que respeitava, mas que não aceitava homossexuais”, afirmou.

“Depois disso, veio a primeira agressão. Ele pegou de uma arara vários cabides com roupa e tudo e jogou no meu rosto e no meu pescoço”, denunciou. Segundo a versão de Vinicius, o segurança da Lojas Renner se aproximou, mas não teria feito nada para interromper as agressões.

“Nisso, o cara começou a me empurrar, a me xingar, a falar vários palavrões para o meu marido. E eu falando com o segurança”.

Tapa na cara

Vinicius conta que o agressor estava acompanhado de uma mulher. “Ela o segurou bem forte. Acho que ele teve o braço machucado por conta disso, porque nem eu nem meu marido encostamos nele”, relatou.

Neste momento, em função do machucado, o homem teria partido para cima de Vinicius. “Ele vem e me dá um tapa na cara”, pontuou. Nesse momento, de acordo com o microempresário, o segurança da loja tentou conter o marido dele, mas não o agressor.

Denúncia

Segundo o presidente da comissão da Câmara, deputado distrital Fábio Felix (PSol), o caso será encaminhado para o Ministério Público do DF Territórios (MPDFT).

“As lojas precisam criar políticas para prevenir casos de LGBTfobia. Precisam dialogar com seus funcionários. Isso é importante e urgente, pois nos assusta muito o fato que um trabalhador não fez nada na hora”, explicou o parlamentar.

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Investigação

O caso é investigado na Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou Contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência (Decrin).

Como o caso permanece em investigação e a PCDF não se pronunciou sobre as circunstâncias das agressões, a identidade do homem permanecerá preservada nesta reportagem.

Em nota, a Renner lamentou o episódio e comunicou o afastamento do segurança.

Confira o texto na integra:

A Lojas Renner lamenta imensamente o ocorrido. Imediatamente, iniciamos um processo de apuração interna e afastamos, temporariamente, o colaborador que presenciou o caso. Também já nos colocamos à disposição do Vinícius Gama Furtado para colaborar no que for necessário e entregaremos as imagens de nosso circuito interno de TV para as autoridades competentes, assim que solicitadas.

Além disso, realizaremos uma revisão interna dos processos de treinamento para todos os colaboradores. É importante esclarecer que a orientação atual para nossos colaboradores de lojas é de não ter nenhum contato físico com os clientes, utilizando apenas orientações verbais.

A companhia repudia todo tipo de agressão e não compactua com qualquer forma de preconceito. Este caso vai completamente contra os nossos valores e tomaremos as medidas necessárias.


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