As investigações duraram dois anos. Durante a operação, que tem o apoio das equipes das divisões de Operações Especiais e Aéreas da PCDF, policiais da 5ª DP (Área Central) apreenderam grande quantidade de cocaína, lança-perfume, além de arma de fogo e munições.
As mulheres negociavam programas sexuais regados a pó para uma clientela seleta. Ao todo, cerca de 200 policiais cumprem 35 mandados de busca em 10 regiões administrativas.
De acordo com investigações da 5ª DP, não há conexão entre os núcleos criminosos, mas todos exercem funções parecidas: a distribuição dos entorpecentes para traficantes menores e usuários que ficam na ponta do esquema.
No caso dos dois grupos formados por prostitutas, os bandos contam com a ajuda de transportadores, que sempre são acionados após a negociação do programa com os clientes. Na maioria das vezes, a droga é entregue por taxistas, segundo as apurações policiais.
As garotas de programa faturam alto fazendo uma espécie de venda casada, ou seja, negociam horas de sexo somadas a carreiras de cocaína. Quase todas que são alvo das operações fazem ponto ao longo da via W3 Norte. Os fornecedores que alimentam o mercado do sexo com pó também são monitorados pela PCDF.
A Operação Rede cumpre mandados de busca e apreensão nas seguintes cidades: Águas Claras, Candangolândia, Setor Hoteleiro Norte, Ceilândia, Samambaia, Recanto das Emas, Planaltina, Brazlândia, Lago Norte e Goiânia (GO). Entre os alvos da operação, está um terceiro grupo especializado na distribuição de drogas na região central de Brasília. Os criminosos adotaram o sistema delívery, fazendo a entrega nas mãos dos usuários.
O quarto grupo na mira da PCDF também é formado por traficantes, mas, ao contrário dos outros três, só negocia a venda e a entrega de cocaína para outros traficantes. O bando não vende no chamado “tráfico de varejo” para usuários finais.
Dois integrantes do grupo teriam, inclusive, ligações com facções criminosas perigosas, como o Comboio do Cão e o Primeiro Comando da Capital (PCC), liderada por Marcos Herbas Camacho, o Marcola, que cumpre pena no Presídio Federal de Brasília.
O quinto grupo desarticulado pela PCDF também é especializado no tráfico de cocaína para pequenos traficantes.