O alvo da operação foi uma chácara, com duas casas, onde também havia barracas instaladas. O imóvel conta com câmeras de segurança que cobrem toda a extensão. No momento da operação, duas pessoas estavam no local.
Em meio à ação, foram apreendidos fogos de artifício, vários manuscritos com planejamento de ações e discursos, cartazes, aparelhos de telefone celular, um facão, um cofre (que ainda será aberto) e outros materiais destinados a manifestações.
A ação ocorreu pouco antes de protestos marcados para domingo (21/06), na Esplanada dos Ministérios: grupos pró e contra Bolsonaro se manifestaram.
André Luiz Bastos Paula Costa é investigado pela PCDF por promover uma série de ameaças registradas em vídeo contra o governador do DF.
As imagens foram feitas logo após o chefe do Executivo distrital determinar o desmonte de acampamentos e a retirada de integrantes dos grupos QG Rural e 300 do Brasil da Esplanada dos Ministérios, em 13 de junho. O autor da gravação tem histórico de violência em manifestações e teria dado uma facada no braço de um homem, em 2018.
As ameças do fazendeiro a Ibaneis Rocha são apuradas pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC), da PCDF. No vídeo, André Luiz aparece em uma área rural, com uma caminhonete ao fundo.
No início, ele se queixa de o acampamento onde se concentravam produtores rurais de todo o país ter sido desfeito à força pela Polícia Militar. “Governador Ibaneis, o senhor foi hoje (dia 13/06) lá no QG Rural, do lado do Ministério da Agricultura, e mandou derrubar nosso acampamento lá, né?”, diz o homem.
O integrante do grupo de extrema-direita prossegue e faz a primeira ameaça contra o chefe do Executivo local. “Pois é, governador, o senhor derrubou o acampamento de todos os produtores rurais do Brasil. Somos nós que estamos mantendo esse país e nós não vamos a aceitar a truculência, a forma como o senhor agiu, senhor Ibaneis. Nós vamos mostrar pro senhor com quem que o senhor mexeu”, ameaçou.
O homem que ameaçou o governador do DF havia sido conduzido anteriormente para uma delegacia por ter feito uma vítima com uma facada no braço. O caso ocorreu em Goiânia (GO), em 7 de abril de 2018. Na ocasião, André Luiz e um grupo de amigos comemoravam a prisão do ex-presidente Lula.
De acordo com o Termo Circunstanciado (TC) registrado pela Polícia Civil goiana, o grupo resolveu festejar a prisão de Lula soltando rojões. A barulheira teria incomodado frequentadores idosos de uma praça. Um deles, Abrão Noleto, 65 anos, abordou o grupo alertando do transtorno causado pelos fogos.
Irritados, os integrantes da manifestação correram no encalço de Abrão com o intuito de surrá-lo. Os agressores o perseguiram até o carro, onde ele buscou refúgio.
Os homens tentaram arrancá-lo do veículo, no que foram impedidos pelo enteado do idoso, que, na confusão, acabou golpeado no antebraço por uma faca. Policiais que passavam pelo local conduziram autores e vítimas para a delegacia, onde o caso foi registrado.
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) vai intimar o fazendeiro goiano André Luiz Bastos Paula Costa (foto principal) a prestar depoimento. Conforme o Metrópoles revelou nesse domingo (21/06), a chácara usada como ponto de apoio de um grupo de extrema-direita pertence ao empresário.No local, foram encontradas notas fiscais e o controle de gastos do acampamento. O material apreendido ajudará os investigadores a comprovar se a organização é financiada e identificar os respectivos patrocinadores.
A sede do grupo autodenominado “QG Rural” foi alvo de operação na manhã de domingo. A PCDF apura a prática de supostos crimes de milícia privada, ameaças e porte de armas. Além da ligação com o grupo bolsonarista, Costa é investigado por ameaçar o governador Ibaneis Rocha (MDB).
Ao Metrópoles, um ex-sócio do fazendeiro, que pediu para não ser identificado, confirmou que a sociedade de reciclagem que tinha com ele foi desfeita e a propriedade alvo da operação ficou com Costa no fim do negócio. À época em que funcionava a empresa, o local servia de depósito de sucata de ferro e aço.
Por meio da Coordenação Especial de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Cecor), a corporação cumpriu mandado de busca e apreensão no imóvel localizado na região de Arniqueiras.