15/08/2020 às 06h04min - Atualizada em 15/08/2020 às 06h04min

Governo indica André Brandão para assumir presidência do Banco do Brasil

Vaga estava aberta desde que Rubem Novaes anunciou, no fim de julho, que estava deixando o cargo de presidente da instituição

O Banco do Brasil anunciou nesta sexta-feira (14/8) que o Ministério da Economia indicou o nome do executivo André Guilherme Brandão para a presidência da instituição. 

“O Banco do Brasil (BB) comunica que, após comunicação formal, via Ofício do Ministério da Economia, desta data, iniciou-se no âmbito do BB os procedimentos de governança necessários à confirmação da elegibilidade do Sr. André Guilherme Brandão para assumir o cargo de presidente da Companhia. Fatos adicionais, julgados relevantes, serão prontamente divulgados ao mercado”, informou o banco.

Para ser efetivado no cargo, o nome de Brandão terá de ser aprovado pelo Conselho de Administração do Banco do Brasil. Além disso, o executivo também será analisado pelo Comitê de Elegibilidade da instituição, que vai conferir se ele segue as regras do estatuto do banco e da Lei das Estatais.

A vaga estava aberta desde que Rubem Novaes anunciou, no fim de julho, que estava deixando o cargo de presidente da instituição (leia mais sobre a gestão de Novaes mais abaixo).

Brandão é presidente do HSBC desde 2012. Fontes ouvidas pela reportagem dizem que o indicado para a presidência do Banco do Brasil tem um perfil semelhante ao do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que conquistou “respeitabilidade” em Brasília e no mercado.

“Tem que vender essa porra logo”

Durante reunião ministerial no dia 22 de abril, o ministro Paulo Guedes disse aos presentes, ao se referir ao Banco do Brasil, que “tem que vender essa porra logo”.

“O senhor já notou que o BNDES e a Caixa, que são nossos, públicos, a gente faz o que a gente quer? Banco do Brasil, a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então, tem que vender essa porra logo”, disse Guedes na reunião.

Gestão de Novaes

Rubem Novaes é professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Atuou também como diretor do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Sua gestão à frente do Banco do Brasil foi marcada por polêmicas da instituição em propagandas.

Em abril do ano passado, a mando de Bolsonaro, Novaes demitiu um diretor do banco e retirou do ar uma campanha publicitária que representava a diversidade racial e sexual. A propaganda mostrava uma jovem negra careca, homens de cabelo rosa e homens no salão de beleza.

Também na gestão dele, o filho do vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB), Antônio Mourão, foi nomeado para uma assessoria especial do BB, com salário acima de R$ 36 mil.

Além disso, em maio deste ano, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que o banco suspendesse parte dos contratos de publicidade, relacionados a propagandas em sites, blogs, portais e redes sociais.

Em 24 de julho, Novaes pediu ao presidente Jair Bolsonaro e ao ministro da Economia, Paulo Guedes, para deixar a presidência do Banco do Brasil. Ele havia sido anunciado para o cargo ainda em 2018, durante a transição de governo. A indicação dele foi feita por Guedes.


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