26/08/2020 às 07h30min - Atualizada em 26/08/2020 às 07h30min

STF: 2ª Turma aponta parcialidade de Moro e anula condenação de doleiro

Decisão foi tomada no âmbito da Operação Banestado, que apurou suposto esquema bilionário de evasão de divisas

A2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) apontou, nesta terça-feira (25/8), parcialidade do ex-juiz Sergio Moro em um processo e anulou a sentença imposta ao doleiro Paulo Roberto Krug, no âmbito da operação Banestado. A força-tarefa apurou um esquema bilionário de evasão de divisas entre 1996 e 2002.

Os ministros do STF julgaram um recurso da defesa do doleiro. Para os advogados, Moro agiu de forma irregular ao colher depoimentos durante a verificação da delação premiada de Alberto Youssef, e ao juntar documentos aos autos depois das alegações finais da defesa – a última etapa de manifestação das partes no processo antes da sentença.

O julgamento dividiu a 2ª Turma. Os ministros Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski votaram pela anulação da sentença, por suposta quebra da imparcialidade de Moro ao analisar a delação premiada nas investigações.

Os ministros Edson Fachin e Cármen Lúcia votaram pela rejeição do pedido da defesa do doleiro. Com a licença médica de Celso de Mello, os ministros aplicaram o entendimento no direito penal de que o empate favorece o réu – no caso, o doleiro Paulo Roberto Krug.

Em nota, Moro afirmou que sempre agiu com imparcialidade e que a atuação no caso foi regular, tendo sido reconhecida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) – duas instâncias nas quais a condenação de Krug foi mantida.

Suspeição no caso de Lula

Esse é um indício de como os ministros vão se manifestar no caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que também entrou com uma ação no Supremo contra a atuação de Moro, alegando justamente quebra da imparcialidade.

Segundo a defesa de Lula, que pede a suspeição do ex-juiz, Moro condenou o petista sem provas, agindo parcialmente, no caso do triplex do Guarujá. A expectativa é de que a Corte analise o pedido ainda neste ano.


Link
Notícias Relacionadas »
Comentários »