05/09/2020 às 07h08min - Atualizada em 05/09/2020 às 07h08min

MPDFT: família de jovem que criava Naja no DF era o centro da organização

O órgão denunciou quatro pessoas por associação criminosa, que atuava na venda irregular e criação de animais selvagens sem licença no DF

MANOELA ALCÂNTARA
METRÓPOLES

A família de Pedro Henrique Krambeck, estudante de medicina veterinária e suspeito de tráfico de animais exóticos, era o centro da associação criminosa que atuava na venda irregular e criação de espécies selvagens sem licença no DF. A conclusão sobre a atuação de Pedro, da mãe dele, Rose Meire dos Santos, e do padastro é do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), em denúncia contra quatro dos 11 indiciados pela Polícia Civil do DF no Caso Naja.

Nesta sexta-feira (4/9), a Justiça do DF aceitou a denúncia oferecida pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) e, a partir de agora, Pedro Henrique Krambeck, a mãe, o padrasto e Gabriel Ribeiro, amigo de Pedro, viram réus no Caso Naja.

Os quatro responderão por três crimes: associação criminosa, venda e criação de animais sem licença e maus-tratos contra animais. Rose Meire, Clóvis e Gabriel Ribeiro também responderão por fraude processual e corrupção de menores.

O promotor de Justiça de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, Paulo José Leite Farias, respondeu ao questionamento do Metrópoles acerca de comandantes na associação criminosa, que vai além dos quatro denunciados. Segundo ele, a família de Pedro era peça-chave no esquema.

Há, ainda segundo o MPDFT, indícios de prevaricação do major Joaquim Elias Costa Paulino, comandante do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do DF. Este caso é investigado internamente pela corporação.

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Segundo denúncia do MPDFT, Clóvis Eduardo Condi e Rose Meire, eram coniventes com os delitos praticados em seu apartamento, no Guará, ambos agindo de forma associada para o cometimento de delitos contra a fauna.

Clóvis Condi, ainda de acordo com o órgão, de maneira livre e consciente, participou dos delitos, dando subsídio financeiro para a guarda e cativeiro de serpentes e da alimentação viva (camundongos) e congelada, pois os animais eram criados, alimentados, reproduzidos e comercializados a partir de sua residência, no âmbito familiar.

Rose Meire, participava nos cuidados dos animais e dos ovos decorrentes de reprodução realizada no apartamento da família. Segundo imagens que constam no processo, a alimentação para os animais silvestres ficava no freezer da família.

Estudante de veterinária, Pedro, manteve entre 2017 e 2020, diversos animais no apartamento onde morava com sua família.


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