AJustiça do Distrito Federal decidiu, nesta sexta-feira (11/9), pela manutenção da prisão do advogado Alvaro Antônio de Figueiredo, de 56 anos, flagrado incendiando o carro da ex-noiva, no Núcleo Bandeirante. A sentença foi proferida em audiência de custódia.
O Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) pediu que o Núcleo de Audiência de Custódia negasse o pedido de liberdade provisória feito pela defesa do acusado.
O órgão pediu a conversão da prisão de flagrante para preventiva. Para o MDPFT, a soltura do advogado configuraria risco à vítima.
O suspeito foi preso pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) na noite dessa quinta-feira (10/9). Alvaro foi filmado pelas câmeras de segurança da garagem do edifício, enquanto ateava fogo no veículo.
Nas imagens, é possível ver Alvaro caminhando tranquilamente pela garagem do edifício, que fica na Terceira Avenida do Núcleo Bandeirante. Segundo informações da PCDF, o advogado entrou clandestinamente no estacionamento do prédio e destruiu o Honda Civic da vítima, avaliado em R$ 100 mil.
O prédio precisou ser evacuado, pois, na garagem, há uma grande quantidade de tubulações de gás, o que poderia provocar uma explosão, de acordo com os investigadores. O Corpo de Bombeiros foi acionado e apagou as chamas.
Quando os militares chegaram ao local, encontraram a garagem subterrânea do prédio de uso misto – comércio e residências – tomada por muita fumaça.
Segundo o boletim de ocorrência, a ex-noiva de Alvaro estava em casa quando recebeu uma ligação da portaria do prédio, informando que seu carro estava pegando fogo. A mulher desceu imediatamente e encontrou o veículo completamente destruído.
À polícia, o zelador do edifício disse que viu quando o advogado entrou nas dependências do condomínio, pela garagem, se aproveitando da entrada de outro morador no momento. O funcionário disse, ainda, que chegou a conversar com o suspeito após o ocorrido, questionando se ele teria sido o autor do incêndio. Alvaro negou, mas a confirmação de que ele teria provocado as chamas se deu por meio das imagens da câmera de segurança.
A ex-noiva do advogado disse aos policiais que conversou com o suspeito no dia do crime, por mensagens de celular. Porém, negou que tenha havido qualquer desentendimento.
Segundo a vítima, que é corretora de seguros, Alvaro teria ido ao seu andar momentos antes de cometer o crime, pois um morador do prédio contou ter subido no mesmo elevador que o acusado, mas que não viu em qual andar ele desceu.
Uma testemunha, que também é vizinha da vítima, disse que o relacionamento dela com o advogado era “conturbado”. De acordo com o que consta na ocorrência, ela teria dito que Alvaro era muito “possessivo”.
Vários automóveis estavam estacionados na garagem perto do carro incendiado, porém somente dois ficaram danificados, o da vítima, totalmente destruído, e o outro, um Citroën C3 de cor prata, que teve somente a lanterna e o pára-choque esquerdo danificados.
No local onde o veículo mais danificado estava, o teto também ficou chamuscado e tingido. Depois que os militares conseguiram diminuir a fumaça, os moradores foram autorizados a voltar para suas residências. Toda a operação durou cerca de 40 minutos.
O caso foi registrado como dano qualificado, incêndio e Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/06). Alvaro foi preso em casa, no Lago Sul, momentos após o crime. Ele foi encaminhado à Divisão de Custódia da Polícia Civil do Distrito Federal.