O traficante Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, foi encontrado morto na tarde desta terça-feira (22/9), na Penitenciária Federal de Catanduvas, região oeste do Paraná. São informações do Departamento Penitenciário (Depen). O corpo teria sido encontrado com sinais de enforcamento. A causa da morte, no entanto, não foi divulgada oficialmente.
Elias Maluco foi preso em setembro de 2002 e condenado, em 2005, pela morte do jornalista Tim Lopes. Outros seis homens foram condenados por envolvimento no mesmo crime.
Além da condenação pelo assassinato de Lopes, em 2013 o traficante foi sentenciado a mais 10 anos, sete meses e 15 dias de prisão, desta vez pelo crime de lavagem de dinheiro. A mulher e a sogra dele também foram condenadas pelo mesmo crime.
Em junho 2002, Tim Lopes, repórter da TV Globo, foi capturado e torturado até a morte por criminosos da favela Vila Cruzeiro, no Rio de Janeiro.
Na época, Lopes fazia reportagens investigativas sobre bailes funk financiados por traficantes. Seu corpo foi esquartejado e incinerado para dificultar a identificação, que foi possível após realização de exame de DNA.
Tim teve a morte ordenada pelo traficante Elias Maluco, líder do grupo criminoso Comando Vermelho. Em 2005, Elias foi sentenciado a 28 anos e 6 meses de prisão.
No ano passado, o ministro Marco Aurélio, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu habeas corpus a Elias Maluco em relação a um caso que tramitava na Segunda Vara Criminal de São Gonçalo, no Rio, e cuja ordem de prisão era de 2017. Naquela época, ele já estava preso. A defesa argumentou que a prisão já superava dois anos sem uma condenação confirmada em segunda instância.
Na decisão, Marco Aurélio Mello apontou excesso de prazo na prisão. “O paciente encontra-se preso, sem culpa formada, desde 7 de julho de 2017, ou seja, há 2 anos e 24 dias. Surge o excesso de prazo. Privar da liberdade, por tempo desproporcional, pessoa cuja responsabilidade penal não veio a ser declarada em definitivo viola o princípio da não culpabilidade”.
Apesar da decisão, o acusado não foi solto porque tinha outros mandados de prisão decretados. Na ocasião, a Procuradoria-Geral da República sustentou no STF que Elias fazia parte de uma organização criminosa e deveria continuar preso.
A decisão de Marco Aurélio foi depois derrubada pelo próprio STF.