Um fiscal do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) apontou, neste sábado (31/10), uma arma de fogo contra o candidato a vereador do Rio de Janeiro (RJ) Pedro Gerolimich (PSB), do coletivo A Liga, durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão.
Vídeo gravado por integrantes do mandato coletivo que estavam no local e divulgado em uma rede social mostra a ação do fiscal. Durante o bate-boca, o agente retira à força uma caixa de som das mãos de Pedro da Liga e faz a ameaça.
“Não chega perto de mim, aqui é o terceiro sargento da Polícia Militar”, diz o fiscal do TRE-RJ, ao retirar a arma da cintura e levantá-la, chegando a apontar contra o postulante a vereador. O agente, bem como o parceiro dele, não usavam máscara de proteção.
Assista:
Pedro da Liga contou que os agentes chegaram, “em uma ação truculenta”, cerca de 10 minutos após uma carreata a favor do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos) passar próximo ao local, que fica no bairro de Anchieta, na zona norte do Rio.
“Eles chegam e começam a apreender o nosso material, sem apresentar nenhuma identificação nem documento. Não houve diálogo. Aí, ele [o fiscal armado] disse que ia levar por bem ou por mal. Então, estava disposto a qualquer coisa, inclusive a atirar contra a gente”, conta.
O mandato coletivo A Liga, do PSB, faz oposição ao atual prefeito da cidade e candidato à reeleição, Marcelo Crivella. De acordo com Pedro Gerolimich, apoiadores do chefe do Executivo municipal o têm ameaçado constantemente.
“Estamos sendo perseguidos pelo TRE – o mesmo TRE que permitiu o Crivella se candidatar”, conta Pedro, ao destacar que, durante a ameaça, havia idosos e crianças no local. Ele disse também que vai registrar um boletim de ocorrência por causa da ação.
Em nota, o TRE-RJ informou que, em logradouros públicos, a legislação eleitoral permite exclusivamente o uso de bandeiras e a colocação de mesas para distribuição de material de campanha, desde que não atrapalhem a circulação de pessoas e veículos.
“Por isso, estavam irregulares a instalação da barraca em plena calçada para distribuir propaganda e o boneco de grandes proporções”, informou.
O tribunal regional ressaltou também que “houve resistência e desacato de alguns cabos eleitorais, quando o material irregular começou a ser recolhido pela equipe do TRE-RJ, formada por policiais militares cedidos para atuar como fiscais eleitorais”.
Responsável pela fiscalização da propaganda eleitoral na capital, a juíza Luciana Mocco esclareceu que boa parte dos fiscais eleitorais são cedidos pela Polícia Militar do Rio de Janeiro. “Trata-se de uma medida importante para garantir a segurança das próprias equipes e também a ordem pública”, disse.
“Mesmo cedidos à Justiça Eleitoral, esses policiais mantêm os deveres de ofício, agem na garantia da lei e têm porte de arma”, afirmou, ao negar que o fiscal apontou a arma contra o candidato a vereador.
Procurada, Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMRJ) não se pronunciou. O espaço segue aberto.