As entidades que integram União dos Policiais do Brasil (UPB) decidiram, nesta quinta-feira (11/3), mobilizar a categoria para protestos contra o congelamento de salários, proibição de novas contratações e de progressão de carreira autorizadas pela PEC Emergencial.
Ficou decidida a realização de uma carreata a partir das 14h da próxima quarta-feira (17/3), em Brasília. A concentração do evento será no Estádio Mané Garrincha. No dia 22 de março, será a vez de uma manifestação com faixas de protesto em frente de unidades policiais de todo o país, entre 15h e 16h.
A Câmara dos Deputados aprovou a proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê o retorno do auxílio e o congelamento de salário de servidores em caso de estado de calamidade, por exemplo. Além dos atos contra as restrições impostas pelo projeto, as organizações que representam os policiais decidiram atuar a favor dos destaques à PEC que garantem progressões e promoções, recomposição salarial e contratação de novos servidores.
Representantes das entidades que compõem a UPB se reuniram nesta quinta-feira, na sede da Associação dos Peritos Criminais Federais (APCF), em Brasília. Presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Judiciária (ADPJ), delegado Rafael Sampaio, disse que os policiais estão altamente expostos ao novo coronavírus.
“Eles não pararam durante a pandemia, estão submetidos a um índice de contaminação por Covid-19 muito superior ao do cidadão, estão mantendo a ordem e garantindo o cumprimento das normas sanitárias, mas o que estão recebendo em troca é serem vacinados após os presos e congelamento de contratações e salários em critérios permanentes”, afirmou Sampaio.
Em nota, a UPB disse que a PEC Emergencial “desestrutura o serviço público ao vedar, por até 15 anos, as recomposições, já congeladas desde 2016, promoções e progressões e contratação de servidores, levando ao sucateamento dos órgãos e, notadamente da segurança pública brasileira, que mesmo durante a pandemia não paralisou suas ações, mantendo o trabalho presencial, a proteção à população e o combate ao crime organizado”.
Segundo a União, “as medidas de enfraquecimento do serviço público, e em especial da segurança pública, divergem do interesse do povo brasileiro e em nada se coadunam com as inúmeras promessas de campanha feitas no sentido de fortalecimento dos policiais brasileiros”.
“Por tais motivos, diante da inércia do governo e da tentativa de desinformar a população brasileira da realidade e da importância do serviço público, manifestamos profundo repúdio à forma como os servidores, dentre eles os profissionais de segurança pública, vêm sendo tratados e anunciamos que a mobilização de todas as categorias se inicia imediatamente”, pontuou.