Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) realizam uma carreata na manhã deste domingo (14/3) na Esplanada dos Ministérios. O protesto é uma ação pró-governo e contra a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou Lula novamente elegível. Os manifestantes se colocam ainda contra as medidas restritivas de lockdown e toque de recolher no DF.A fila de carros passa pelo Eixo Monumental em direção ao Congresso Nacional. Todas as faixas da via S1 estão ocupadas por manifestantes desde a altura da Torre de TV. Bandeiras do Brasil foram hasteadas nas janelas da maioria dos veículos. Há também pessoas que carregam bandeiras. Parte dos apoiadores está sem máscara.Um carro de som toca o hino nacional durante a manifestação. Poucas pessoas também acompanham o protesto a pé, algumas delas usando camisetas do Colecionadores, Atiradores e Colecionadores (CACs) — grupo que utiliza armas de fogo para alguma das três atividades. Além do buzinaço, os manifestantes também estouram fogos de artifício. A Polícia Militar acompanha a movimentação.
Próximo ao Congresso Nacional, há um bloqueio que desvia o trânsito para o outro lado da Esplanada e não é possível descer a rampa. Nessa concentração, vários apoiadores do presidente estão sem máscara.
Além das questões de política nacional, os manifestantes se opõem, ainda, ao decreto de lockdown e o de toque de recolher, que estão em vigor no DF. A medida editada pelo governador Ibaneis Rocha (MDB) visa conter a disseminação da covid-19. Na opinião dos participantes do protesto, a ação atrapalha a economia e interfere sobre a liberdade individual.A lotação dos leitos nos hospitais públicos do DF já ultrapassa os 90% há semanas. No sábado, o Distrito Federal estava com apenas um leito disponível para unidade de terapia intensiva (UTI) na rede pública, enquanto 207 pessoas aguardavam por um leito para tratamento de covid.
A manifestação foi marcada pelas redes sociais e questiona a decisão do ministro Edson Fachin do STF que anulou as condenações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos processos julgados pelo ex-juiz Sérgio Moro no âmbito da operação Lava-Jato. Ainda na semana passada, o ministro Gilmar Mendes ainda pôs em votação o recurso da defesa de Lula sobre a suspeição de Moro nos julgamentos.