“Se eu estiver conseguindo ajudar o Brasil, fazendo as coisas que acredito, devo continuar. Ofensa não me tira daqui, nem o medo, o combate, o vento, a chuva. O que me tira daqui é a perda de confiança do presidente e ir para o caminho errado. Se eu tiver que empurrar o Brasil para o caminho errado, eu prefiro não empurrar, eu prefiro sair”, afirmou Guedes, garantindo que isso ainda não aconteceu. “De vez em quando, tem uma pedra no caminho, você leva uma topada, cai, levanta de novo, mas o saldo é vastamente positivo até agora, estamos conseguindo andar”, avaliou.
O ministro, no entanto, disse que o país pode entrar muito rapidamente em um caminho errado, que, segundo ele, provocaria em poucos anos uma crise similar às da Argentina e da Venezuela. E sugeriu que esse caminho pode ser trilhado caso o país volte a um ciclo de endividamento em bola de neve.
Guedes disse que “seria caótico, teria um efeito muito ruim para o Brasil" aprovar a volta do auxílio emergencial sem nenhuma medida de controle fiscal. E concluiu que é preciso "enjaular a besta" dos gastos públicos por meio da PEC Emergencial. A proposta, no entanto, vem sendo desidratada pelo Congresso Nacional, já que os parlamentares querem aprovar logo a retomada do auxílio, mas preferem discutir com mais calma os gatilhos fiscais defendidos pela equipe econômica. Por isso, o ministro avisou que o aumento dos gastos públicos pode gerar efeitos contraproducentes na economia.
“Tentou empurrar o custo para as futuras gerações, os juros começam a subir, acaba o crescimento econômico, começa a confusão, o endividamento em bola de neve, a confiança dos investidores desaparece, interrompe a criação de emprego, renda e inovação, aumenta o desemprego. É o caminho da miséria. O caminho da Venezuela, o caminho da Argentina. Está muito claro: tem um caminho da esquerda e um caminho da direita, sem nenhuma colocação ideológica”, declarou.