30/06/2021 às 06h39min - Atualizada em 30/06/2021 às 06h39min

Caso Henry: cassação de vereador Jairinho será votada na Câmara do Rio

Antes reconhecido pela influência política, parlamentar acusado por morte de menino de 4 anos está isolado em julgamento desta quarta-feira

 

Rio de Janeiro – A acusação pela morte brutal do menino Henry Borel, de 4 anos, isolou o médico e vereador Jairo dos Santos Souza Junior (sem partido) na Câmara Municipal do Rio. Antes considerado por seus pares como um nome influente da Casa, ele agora está sem aliados que o defendam, ao menos, publicamente.

Dr. Jairinho, nome político que adotou, será o primeiro vereador da história da Câmara do Rio a enfrentar a votação de um processo de cassação. A sessão será realizada na tarde desta quarta-feira (30/6).

Em sua trajetória política, ele chegou a ser líder na Câmara do governo Eduardo Paes (PSD), no segundo mandato (2013-2016). Também atuou na mesma função na gestão do ex-prefeito Marcello Crivella (Republicanos).

Nos bastidores, vereadores avaliam que o prestígio político de Jairinho se desintegrou com o avanço das investigações do caso Henry Borel. A causa da morte do menino está relacionada a uma sequência de espancamento atribuída ao político.

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar votou por unanimidade pela cassação que agora será julgada em plenário. “Acredito que não haverá voto contrário à cassação. Há pressões sempre. Ele é filho de deputado que foi mencionado na CPI das Milícias. Mas ninguém vai querer comprometer sua imagem”, analisou o vereador Chico Alencar (PSol), membro do Conselho.

Alencar se referiu ao deputado estadual estadual Coronel Jairo (Solidariedade) citado na CPI das Milícias em 2008 da Assembleia Legislativa (Alerj).
Coronel Jairo chegou a procurar lideranças da Câmara dos Vereadores alegando que a cassação do filho seria um julgamento antecipado, mas o pedido não surtiu efeito. Procurado pelo Metrópoles, coronel Jairo não se pronunciou.
O Rito
O relator, vereador Luiz Ramos Filho (PMN), fará a leitura de seu parecer, favorável à cassação. Em seguida, os vereadores interessados podem discursar por até 15 minutos cada. A defesa terá até duas horas para se manifestar. Líderes de partidos e blocos podem se manifestar para orientar suas bancadas.
A votação será nominal, por meio do painel eletrônico de votação. Para ser cassado, Jairinho terá que receber 34 votos a favor dos 50 parlamentares aptos a votar.

Logo após a morte, eles levaram o garoto para o hospital Barra D’Or, na Barra da Tijuca, zona oeste. O casal alegou acidente doméstico na ocasião.
Depois do caso Henry, Jairinho foi acusado ainda na Justiça de tortura contra a filha de uma ex-namorada dele, entre os anos de 2011 e 2012. Segundo a acusação, a criança, então com quatro anos, foi submetida a intenso sofrimento físico e mental, como forma de castigo pessoal.
Jairinho também foi denunciado por tortura contra um menino, filho de ex-namorada. Ele submeteu menino, à época do fato com dois anos, a sofrimento físico e mental, em 2015.

Ministério Público pediu a condenação do político também pelo crime de tortura em função das outras duas acusações existentes.
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