30/06/2021 às 07h32min - Atualizada em 30/06/2021 às 07h32min

Lira diz que cabe a Miranda provar o que disse: “A questão é judicial”

Ao falar sobre provável prorrogação da CPI, presidente da Câmara também apontou baixa produção do Senado durante os trabalhos da comissão

Ao ser questionado sobre a possibilidade de prorrogação dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, que funciona no Senado, o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL), disse que a decisão precisa ser tomada exclusivamente pelos senadores.

Lira apontou, no entanto, que durante o tempo de funcionamento da comissão, que apura suspeitas de irregularidades do governo federal nas ações de combate à pandemia, o Senado vem tendo baixa produção.

“A decisão de adiar ou não é dos senadores. O que se tem demonstrado até agora é que o Senado tem tido uma produção menor. Mas é normal, é do processo democrático, a Câmara continuará trabalhando normalmente”, afirmou Lira, nesta terça-feira, no Salão Verde.

O presidente da Câmara ainda apontou que o deputado Luis Miranda (DEM-DF), atual pivô das denúncias da CPI e da notícia-crime de prevaricação apresentada por senadores no Supremo Tribunal Federal (STF), terá de comprovar que falou a verdade ao revelar que levou ao presidente Jair Bolsonaro as suspeitas de superfaturamento no contrato para a compra da vacina indiana Covaxin.

“A declaração do deputado Miranda é dele e a responsabilidade de comprovar o que disse também. A CPI vai ter oportunidade de andar com esse assunto”, disse o presidente da Câmara.

Para Lira, com o oferecimento da notícia-crime, as apurações saem da esfera política e passam para o campo do Judiciário. “Com a notícia que nós tivemos hoje de que se decidiu judicializar uma denúncia contra o presidente da República, ela sai da esfera política e vai para a esfera técnica judicial”, disse Lira.

Ele apontou ainda que será necessário também acatar qualquer decisão do procurador-geral da República, Augusto Aras, em relação ao pedido apresentado. “É esperar agora as informações que vão para o PGR, esperar o posicionamento do procurador e a gente acatar o posicionamento, A questão agora virou judicial”, ponderou.
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