08/07/2021 às 04h18min - Atualizada em 08/07/2021 às 04h18min
A INCRÍVEL ELASTICIDADE DA CORDA
MAJOR - BRIGADEIRO JAIME RODRIGUES SANCHEZ
MAJOR-BRIGADEIRO JAIME RODRIGUES SANCHEZ
Ilustração: Google 504 GUARDIÕES DA NAÇÃO
A Comissão Parlamentar de Inquérito deu hoje mais uma demonstração explícita da decadência moral, ética e intelectual que predomina na classe política brasileira.
Os bate-bocas estabelecidos nas últimas dez semanas naquele recinto fétido e corrompido são espetáculos degradantes de incompetência, radicalismo e soberba.
Na verdade não se poderia esperar nada diferente de um grupo composto em sua maioria por parlamentares denunciados por corrupção, comandado por um político desprezível acusado de roubar recursos da saúde do estado que governava, causando incalculável número de mortes entre aqueles que o elegeram, e que não teve escrúpulos em envolver esposa e filhos em suas trapaças, culminando com sua prisão pelo mesmo motivo.
Um ser infame e covarde que se vale da condição de presidente de um típico “tribunal de inquisição” para humilhar e ameaçar mulheres e homens infinitamente mais cultos, contestando pareceres científicos e emitindo conceitos sobre os quais demonstra não ter o mais reles conhecimento, e reagindo com ironias e ameaças grosseiras de quem não consegue reunir argumentos para sustentar uma discussão.
Esse ser abjeto teve a petulância de aproveitar-se da presença de um depoente ex-sargento da Força Aérea Brasileira para destilar contra as Forças Armadas sua mágoa de militante que pertenceu ao Partido Comunista do Brasil, insinuando a existência de um “lado podre das FFAA envolvido com falcatruas dentro do governo”.
Chafurdado no lamaçal da politicagem e protegido pelo foro privilegiado, ousou disparar uma agressão gratuita, recalcada e fora de contexto ou propósito, manchando nominalmente e sem provas a dignidade de diversos militares, inclusive de um oficial-general da ativa e outros oficiais da reserva que servem ao governo.
Eis a declaração na íntegra.
“Os bons das FFAA devem estar muito envergonhados com algumas pessoas que hoje estão na mídia, porque fazia muitos anos que o Brasil não via membros do lado podre das FFAA envolvidos com falcatruas dentro do governo”.
“Aliás eu não tenho nem notícia disso na época da exceção que teve no Brasil, porque o Figueiredo morreu pobre, o Geisel morreu pobre, porque a gente conhecia e eu estava naquele momento do lado contra eles mas uma coisa que a gente não acusava era de corrupção deles”.
“Mas agora você, Força Aérea Brasileira, Coronel Guerra, Coronel Elcio, General Pazzuelo, e haja envolvimento de militares das Forças Armadas porque do nada o sargento se volta contra o sargento da aeronáutica”. “Infelizmente o que nós temos ouvido aqui nos relatos dos depoentes geralmente tem alguém das Forças Armadas. Isso não é bom para o Brasil”.
Essa atitude requer uma reação enérgica da cúpula das Forças Armadas, sob pena de continuar a atual escalada com agressões cada vez mais contundentes à instituição militar, como vem ocorrendo a partir de outros setores, numa estratégia de testes de ruptura na elasticidade da corda sistematicamente citada na imprensa.