Integrantes do Governo de Brasília realmente precisam urgentemente procurar o tal bom senso. Escrevo isso porque, há pouco tempo, massacraram o secretário de Turismo, Jaime Recena, por ter ido, a convite, para Las Vegas, onde tentava captar evento internacional para Brasília.
Tomamos conhecimento que gente de dentro do próprio governo e próximo a Rollemberg armou a cilada para Recena. Esperaram o seu embarque para cravarem o desgaste, talvez por ser o que mais mostra trabalho neste governo.
Alegaram em suas teses conspiratórias que o momento econômico é crítico e ainda selaram que o secretário de Turismo faria "turismo" nos Estados Unidos, em clara ridicularização ao trabalho e à pasta comandada por ele.
Rollemberg deveria se lembrar que já foi secretário de Turismo. Ele sabe como a pasta se movimenta e em nenhum momento defendeu quem o defende. Pelo contrário: preferiu jogar o aliado na fogueira.
Hoje, ao acordar, me deparo no Diário Oficial com uma autorização de três dias de viagem do secretário de Saúde, Humberto Fonseca. Médico, ele irá a São Paulo para conhecer as "estruturas" de hospitais. Um deles é o Menino Jesus, modelo de OS que o GDF tenta a todo custo implantar em Brasília, mesmo sem apoio da população, dos sindicatos, do Ministério Público e da Câmara Legislativa.
Adivinhem onde é a unidade? No litoral paulista, em pleno Guarujá.
Se existe crise, e existe um decreto proibindo viagens e diárias, por que então a regra pode ser quebrada? Só porque todo mundo sabe das intenções de Rollemberg de colocar a todo custo as OSs na capital? Para isso, pode. Para captar eventos mundiais, não. É o "absurdo", como muitos chegaram a dizer?
Em recente levantamento feito pelo Portal Metrópoles, foi mostrado que vários secretários já rodaram o mundo. A de Segurança, a de Planejamento e, pasmem, até o de Habitação ganharam suas diárias com o mesmo motivo. Agora, também o de Saúde. E o de Turismo, não pode?
Incomodado com o massacre que recebeu, Recena resolveu ressarcir os cofres com os gastos da viagem que fez com objetivo de injetar investimentos em Brasilia. Mas voltando ao passeio (ou a viagem) do secretário de Saúde... Que ganhos a cidade terá com a implantação de OSs em suas unidades de saúde? O detalhe é que Fonseca tem as bençãos de Rollemberg. Neste caso, o governo libera.
O governador precisa decidir o que pode e o que não pode em seu governo. Se há um decreto, se existe uma regra, não pode existir exceções. Ou então, mais uma vez, o governo mostra que governa para "inglês ver". Só forma, nada de fato. Joga para a plateia.
Deveria o secretário de Saúde ajudar o governador a não se embaralhar ainda mais nas respostas. Devolva aos cofres, secretário, esse valor que, tenho certeza, a população não concorda que seja gasto. E ficará agradecida.
Rollemberg, peça a devolução desse valor. Porque, caso o governo banque esse gasto em meio à "grande crise financeira jamais vista no DF", e sem honrar reajuste das categorias de servidores, vai mais uma vez parecer que a crise, na verdade, é seletiva. Porque para festas e shows, pode. Para outras bobagens, também. Que dirá para as OSs...
Caso contrário, ficará claro que o desgaste sofrido por Recena nada mais foi que uma artilharia armada pelo próprio governo para tentar destruir o nome do, talvez, único quadro que realmente tenha futuro nesta gestão de contradições.
E para aqueles oportunistas de plantão, que gastam o seu tempo me criticando em grupos de WhatsApp, mando um aviso: eu nunca vi Jaime Recena e muito menos o conheço. Para esses invejosos, que sofrem com nosso sucesso, vai uma mensagem: beijinho no ombro a todos, uma paráfrase a nossa mais nova pensadora contemporânea.