O empresário Alex Saab, importante aliado do presidente venezuelano Nicolás Maduro, foi extraditado de Cabo Verde para os Estados Unidos neste sábado (16/10). A medida foi considerada “uma agressão” pelo governo venezuelano, que decidiu se retirar das negociações com a oposição para tentar resolver a turbulência política no país. E, após a extradição, forças de segurança detiveram seis empresários ligados aos Estados Unidos – cinco deles norte-americanos e um estrangeiro com residência permanente nos EUA.
Condenados em 2017, os executivos da área de petróleo cumpriam sentenças em prisão domiciliar após um processo cheio de irregularidades, acusam o governo dos EUA.
Em comunicado oficial, as autoridades venezuelanas denunciaram suposto “sequestro do diplomata venezuelano pelo governo dos EUA em cumplicidade com as autoridades cabo-verdianas”. As informações são do jornal The New York Times.
A extradição do empresário o torna um dos mais importantes apoiadores de Maduro a ser levado sob custódia estadunidense. Em resposta, a Venezuela suspendeu o diálogo e cancelou a participação de seus delegados na reunião com a oposição marcada para este domingo (17/10) no México.
Saab, que também tem nacionalidade venezuelana e passaporte diplomático, foi nomeado como um dos membros da equipe do governo nas negociações sobre as condições necessárias para a realização de eleições livres no país.
Acusações
O empresário foi acusado de lavagem de dinheiro em 2019, em Miami, e preso durante uma escala de avião em Cabo Verde, na África, em junho de 2020.
Saab é apontado como um dos responsáveis por um esquema de corrupção no programa de alimentos subsidiados pelo governo venezuelano. Ele e o sócio, Álvaro Pulido, teriam transferido cerca de US$ 350 milhões para contas que controlavam nos Estados Unidos e em outros países.
O presidente da Colômbia, Iván Duque, que não reconhece o governo de Maduro, comemorou a notícia da extradição, e defendeu que ela é “uma vitória contra o narcotráfico a lavagem de dinheiro e a corrupção que sustentam o governo de Nicolás Maduro”.