Revoltados com a disparada do preço do diesel, os caminhoneiros prometem “parar o país” em 1º de novembro. De acordo com lideranças da categoria, um dos principais locais a ser interditado é o Porto de Santos, que depende do modal rodoviário em 55% das cargas movimentadas.
Em um vídeo, dezenas de caminhoneiros reunidos em assembleia gritam palavras de ordem a favor da greve, dizendo que “chegou a hora” de lutarem por seus direitos. Alguns, mais exaltados, respondem que a situação virou motivo de “guerra”.
Diante deste cenário, nesta semana, os preços da gasolina e do óleo diesel vendidos nas refinarias da Petrobras aumentaram ainda mais. O óleo diesel puro (antes da mistura com biodiesel) teve salto médio de R$ 0,28 por litro e passa a custar R$ 3,34. O litro do diesel já misturado ao biodiesel também ficou R$ 0,24 mais caro, passando a custar R$ 2,94 em média.
Auxílio-diesel
A criação de um “auxílio-diesel” direcionado aos caminhoneiros, anunciado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na quinta-feira passada (21/10), desagradou à categoria e não deve impedir a greve marcada para o dia 1º de novembro. De acordo com a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), “caminhoneiros não querem esmola, querem dignidade”.
A proposta do governo prevê subsídio de R$ 400, que começará a ser pago em dezembro de 2021 e se encerrará em dezembro de 2022, na tentativa de compensar a disparada dos preços dos combustíveis. O valor, contudo, não é o suficiente para cobrir nem metade dos gastos da classe, segundo líderes de associações.
“Caminhoneiro não faz nada com R$ 400, com diesel na média de R$ 4,80. Os R$ 400 propostos pelo presidente não atendem as demandas dos caminhoneiros. Manteremos nossas demandas e greve em 1º de novembro”, afirmou o organizador da paralisação de 2018, Wallace Landim, conhecido popularmente como Chorão.