Nesta quinta-feira (23/12), pouco tempo depois de os servidores da Receita Federal aprovarem um indicativo de paralisação, em protesto contra a inclusão no Orçamento 2022 de recurso para reajuste salarial apenas para a Polícia Federal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que nenhuma categoria foi especificada. “Não tem nada definido”, disse, durante sua tradicional live de quinta nas redes sociais, para também afirmar que avalia um aumento para todos os servidores. “Todos merecem”.
No entanto, ainda às voltas com ameaça de outras categorias de greve, o presidente voltou a elogiar o trabalho das polícias. “A PRF tem batido recorde de apreensão de drogas. Polícia Penal tem um trabalho enorme e tem salário que está lá embaixo. Não quer dizer que vamos atender essa ou aquela categoria. Foi reservado R$ 2 bilhões, vamos ver o que vai ser feito lá na frente”, ressaltou.
Em mais um aceno aos servidores públicos federais, Bolsonaro afirmou que há conversações com a equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, em torno de um aumento para toda a categoria.
“Dá para fazer? Dá para fazer. Sabemos das dificuldades, inflação está alta, 10%. Mas a gente vê o que pode fazer, dentro da responsabilidade”, disse.
“Todos merecem? Todos merecem. Se a gente for dar um [aumento] linear para todo mundo, vai dar 0,6% de reajuste para todo mundo, desses R$ 2 bilhões. Agora, se houver oportunidade, [a gente] conversa sobre isso. A gente não quer cometer excessos, injustiça para mais nem para menos”.
Ao lado do deputado federal Major Vítor Hugo (PSL-GO), o presidente ainda observou que todos os servidores são importantes. “É uma categoria realmente que em grande parte, ou quase todos, levam o Brasil ao seu destino em suas políticas”.
Nesta quinta, auditores fiscais da Receita Federal do Brasil (RFB) aprovaram uma greve da categoria, em resposta ao corte no Orçamento do órgão. O ato de protesto prevê meta zero das atividades, entrega ostensiva de cargos e paralisação de todos os projetos do país.
Os servidores protestam contra a falta de regulamentação de uma lei, vigente desde 2017, que prevê bônus por produtividade para os auditores. A insatisfação da categoria é potencializada pelo fato de que policiais federais serão contemplados com R$ 1,7 bilhão para reajuste e reestruturação de carreiras.