As intempéries do clima mudaram a realidade de quase 400 cidades brasileiras. Enquanto os temporais colocaram cidades da Bahia, de Minas Gerais, do Piauí e Tocantins em estado de emergência, a seca severa afeta municípios de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul.
As chuvas obrigaram as autoridades de defesa civil a decretar situação de emergência em 302 cidades. O panorama mais grave se concentra na Bahia e em Minas Gerais. São 151 e 124 municípios com o alerta, respectivamente.
Os decretos de situação de emergência permitem aos municípios uma série de benefícios, como ajuda humanitária, repasse de recursos e auxílio em obras de restabelecimento urbano.
Na Bahia (foto em destaque), o número de mortos por causa das chuvas chega a 25. Mais de 91 mil estão desabrigados ou desalojados. A prefeitura de Itapebi, no sul do estado, emitiu um alerta para o risco de alagamento e pediu que os moradores deixem as casas e procurem abrigo com parentes, amigos ou nas escolas.
Em Minas, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil contabiliza 2,6 mil pessoas desabrigadas e outras 11,3 mil desalojadas.
No Piauí, o governo do estado decretou situação de emergência na área que abrange o Território de Desenvolvimento Tabuleiros do Alto Parnaíba, que abrange três cidades: Uruçuí, Baixa Grande do Ribeiro e Ribeiro Gonçalves.
Lá, as cidades estão sofrendo após os níveis dos rios aumentarem devido às fortes chuvas nos últimos dias. Ao menos 12 famílias estão desalojadas e três, desabrigadas.
No Tocantins, as prefeituras de Ipueiras e São Miguel publicam decretos de emergência por causa das enchentes. Elas se juntam a Miracema e Paranã, que já contavam com medidas semelhantes.
Segundo a Defesa Civil tocantinense, 147 pessoas foram afetadas pelas enchentes. Em todo o estado são, pelo menos, 32 municípios monitorados.
No Sul, a seca
No Sul do país, o revés climático é outro. A estiagem tem penalizado moradores de ao menos dois estados. Em Santa Catarina, oito cidades estão com rios em situação de emergência. Outros 10 municípios têm rios em condição de alerta.
Lá, a falta de chuva causa prejuízos para o agronegócio, há revezamento no abastecimento e aumento da preocupação com as queimadas em áreas de vegetação.
A situação se repete no Rio Grande do Sul, onde 76 municípios têm decretos de situação de emergência publicados devido à seca severa.
O verão de 2021 no estado é marcado pelo fenômeno La Niña, que resulta em pouca chuva e temperaturas muito acima da média.
Previsão do tempo
O mês de janeiro reserva um alívio para a estiagem em muitas áreas do Sul do Brasil. Espera-se aumento da chuva, inclusive substancial, em algumas áreas dos três estados do Sul.
A perspectiva é de que vários municípios possam até terminar janeiro com chuva acima dos valores históricos do mês. A maior probabilidade de chuva acima da média vai se dar em pontos do Norte do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina e o Paraná.
Nos primeiros dias de janeiro de 2022, a convergência dos ventos sobre o Brasil vai forçar a concentração de ar úmido sobre parte do Sudeste e do Centro-Oeste do Brasil.
A situação é preocupante porque serão dias com ocorrência de várias horas com chuva moderada a forte. Por isso, grandes volumes de água devem ser acumulados no solo, nos rios e nas cidades.