01/01/2022 às 09h19min - Atualizada em 01/01/2022 às 09h19min

Ibaneis faz balanço de três anos como governador: “Legado de obras”

Em entrevista ao Metrópoles, o governador Ibaneis Rocha falou sobre pandemia, eleições, Carnaval e aumento salarial de servidores

Ele citou, por exemplo, o término das reformas do viaduto sobre a Galeria dos Estados (que desabou parcialmente em 2018) e do Complexo Viário Governador Roriz. Ibaneis também falou do início das obras de infraestrutura contra alagamentos em Vicente Pires e da reformulação da W3 Sul, do Setor de Rádio e TV Sul e do Setor Comercial Sul.
 
Para 2022, o governador planeja um corredor de ônibus na Avenida Hélio Prates, em Taguatinga, e a intensificação das obras da construção do Hospital Oncológico de Brasília Jofran Frejat.
 
No Sol Nascente/Pôr do Sol (ex-favela que foi alçada a região administrativa por Ibaneis, em 2019), o GDF está fazendo um terminal rodoviário e um restaurante comunitário. Segundo o governador, os moradores da recém-criada cidade vão receber as escrituras de suas casas em breve. “Cuidamos do novo, com novos investimentos e infraestrutura, sem deixar para trás o patrimônio da cidade”, disse.
 
Mas o governador reconheceu que ainda há desafios a vencer com projetos prometidos e não entregues para melhorar a vida da população, especialmente nas áreas da saúde e da educação.

Saúde
 
Ibaneis afirmou que seus planos foram atravessados pela pandemia de Covid-19, mas que, mesmo assim, deixará como legado a entrega de novos prédios da saúde e o reforço da equipe médica para o atendimento da população.
 
“Reformei seis UPAs, coloquei mais em construção, peguei 28 UBSs e as levei para reformas. Estive em Ceilândia, onde o hospital está quase todo reformado. Essas coisas poderiam ter acontecido mais rapidamente. Houve atrapalho na gestão, parte por conta da pandemia”, assinalou.
Em 2021, o DF aplicou 4,8 milhões de vacina contra a Covid-19, o que representa 83% da população imunizada. Atualmente, segundo Ibaneis, a maior dificuldade é convencer quem não se vacinou a tomar os imunizantes. Diante desse problema, o governador disse que o GDF tem feito busca ativa dos não vacinados.
 
“Entramos em uma fase da vacinação em que faltam aquelas pessoas que realmente se negam a vacinar. Temos feito um trabalho na Rodoviária do Distrito Federal e em alguns pontos da cidade para fazer o que se chama de busca ativa desse pessoal que não se vacinou. Com a chegada da nova variante [Ômicron], o que se tem visto é que não há agravamento da doença exatamente por conta da vacinação”, afirmou.
 
Segundo Ibaneis, a variante Ômicron, apesar de não ter deixado pacientes do DF em estado grave, deve se espalhar rapidamente em território brasiliense. Em função da projeção de disseminação do vírus, é praticamente improvável ocorrer Carnaval na capital federal, de acordo com o governador.
 
“Estamos entrando em uma fase diferenciada dessa nova variante porque começamos a ter a transmissão comunitária. O avanço da variante deve ser muito rápido aqui no Distrito Federal. Então, eu tenho muitas dúvidas de que a gente consiga fazer o Carnaval ou de que a gente venha a autorizar festas de Carnaval aqui na cidade. Vou acompanhar junto à Secretaria de Saúde, mas, pelo que temos visto ao redor do mundo sobre o avanço da variante, será muito difícil que a gente tenha festas de Carnaval no Distrito Federal”, afirmou.
 
Escolas
 
Na área da educação, o governador quer expandir o modelo de gestão compartilhada entre a Secretaria de Educação e a Polícia Militar do DF para mais sete escolas, chegando ao total de 20 unidades de ensino militarizadas. Para que isso seja possível, Ibaneis pretende enviar à Câmara Legislativa do DF (CLDF) um projeto de lei que cria gratificação para aposentados voltarem a atuar nas unidades cívico-militares.
 
“Quero ver se a gente acelera um pouco, até a metade do ano, para abrir pelo menos sete escolas para chegar ao total de 20. Eu cheguei a falar em 40 escolas, mas estou apagando dois anos do meu mandato nos quais não pude contratar nenhum servidor por conta da Lei Complementar nº 173. Nós precisamos da criação de uma gratificação para que os aposentados venham atuar dentro das escolas”, afirmou.
Falta de luz
 
Questionado sobre as constantes reclamações da população por falta de luz após a privatização da CEB, Ibaneis disse que quem fiscaliza o serviço de distribuição de energia é a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), mas que ele tem feito articulação para tentar resolver o problema.
 
“Eu tenho pouco poder de fiscalização. O que eu tenho feito é a negociação direta com os dirigentes [da Neoenergia, empresa privada que assumiu o serviço]. Passamos 30 anos sem que houvesse investimento na CEB. Só durante 2021, a Neoenergia investiu R$ 200 milhões na melhoria das redes. A previsão de investimento para 2022 é de R$ 300 milhões. O dono da Neoenergia está destinando mais recursos este ano para o DF, exatamente para que a gente sane toda essa questão da iluminação”, afirmou.
Eleições 2022
 
Se preparando para concorrer nas eleições pela segunda vez, Ibaneis disse que vai disputar a reeleição em uma chapa que terá a ministra da Secretaria de Governo, Flávia Arruda (PL), como candidata ao Senado Federal: “Há vários meses estamos tratando deste assunto. É vontade dela de ser senadora e acho que ela tem todas as condições”.
 
Nos planos de Ibaneis, o que ainda está em aberto é a vaga para candidato a vice-governador. “Vamos deixar para decidir o suplente para o Senado e o vice mais perto das eleições”, disse.
 
Reajuste das 32 categorias
 
Na entrevista, Ibaneis falou sobre negociações para reajuste salarial dos policiais civis e confirmou pagamento, em abril, da 3ª parcela do reajuste devido a 32 categorias de servidores públicos: “Sem dúvida nenhuma, todo mundo vai estar com o dinheirinho creditado”.


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