São Paulo – A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou na tarde deste domingo (2/1) que vai apurar, em processos administrativos, denúncias para verificar se os cinco cruzeiros, atualmente em operação no litoral brasileiro,
descumpriram protocolos sanitários e, por isso, tiveram alta repentina de casos de coronavírus entre os passageiros embarcados.
Na última sexta-feira (31/12), a Anvisa já tinha determinado a interrupção de dois desses cruzeiros (MSC Splendida e Costa Diadema), por terem alcançado o nível 4 de risco de seu protocolo sanitário, com mais de 70 passageiros contaminados.
O MSC Splendida segue atracado no Porto de Santos enquanto o Costa Diadema está ancorado no Porto de Salvador. A agência obriga que cruzeiros fiquem atracados depois do desembarque de passageiros, até que uma investigação epidemiológica possa estabelecer se os navios estão prontos para realizarem novos tours.
Neste domingo (2/1), também atracou no Porto do Rio de Janeiro o navio MSC Preziosa, por ter 28 casos confirmados de coronavírus.
A Anvisa elaborou, com empresas do setor, um protocolo que prevê uma análise de risco a partir de quatro cenários epidemiológicos, sendo o nível 1 considerado quando não há caso de passageiro ou tripulante com coronavírus.
O nível 4, considerado o mais grave, é caracterizado quando a interrupção do cruzeiro é obrigatória, pela existência de transmissão comunitária entre viajantes ou pela ocupação de mais de 90% das acomodações para isolamento ou tratamento médico.
Se ficar confirmado que os cruzeiros descumpriram protocolos sanitários e medidas de restrição, a Anvisa informou que serão aplicadas multas e suspensão de atividades.
Todos os cinco cruzeiros em circulação no litoral brasileiro tiveram casos de Covid identificados nos últimos dias. Com base nessa alta repentina de infecções por coronavírus e no crescimento mundial da variante Ômicron, a Anvisa recomendou ao Ministério da Saúde que interrompesse a temporada de cruzeiros no Brasil, reiniciada em 5 de outubro.
“A manifestação da agência foi pautada no princípio da precaução, ao priorizar o impedimento da ocorrência de agravo à saúde pela adoção das medidas necessárias à sua proteção”, informou a Anvisa.