O decreto que proíbe Carnaval no Distrito Federal foi publicado no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF) desta sexta-feira (7/1), um dia depois de o governador Ibaneis Rocha (MDB) ter anunciado a medida. O texto suspende, no âmbito do DF, a realização de festas e eventos de Carnaval, públicos ou privados.
A suspensão ocorre em meio ao aumento de casos da nova variante da Covid-19, a Ômicron, e de flurona (dupla infecção de gripe e Covid). A taxa de transmissão no DF chegou a 1,45 nesta quinta-feira (6/1). Ou seja, a cada 100 pacientes doentes outros 145 estão sendo atingidos pela doença.
Produtores de eventos da capital federal pedem que Ibaneis reavalie a medida. Para Bruno Sartório, um dos sócios do grupo R2, a decisão de cancelar as festas – que incluem o Carnaval no Mané – deveria ser adotada com mais cautela.
“Nosso desejo é que medidas drásticas sejam tomadas com mais cautela e baseada, sim, em dados preocupantes e sólidos, como a vida das pessoas. E ainda não temos esses dados. O Carnaval só será daqui a 45 dias”, afirmou Sartório.
“Nunca tivemos dúvidas que a saúde das pessoas deve vir em primeiro lugar. A nossa proposta é que aguardemos evidências técnicas e científicas mais amplas sobre o tema para auxiliar a cidade numa melhor tomada de decisões”, diz nota conjunta das entidades.
A Associação Brasileira dos Promotores de Eventos (Abrape) considera que a suspensão do Carnaval em importantes capitais é prematura.
“A retomada dos eventos de cultura e entretenimento é um processo que está em andamento em todo o país, de acordo com os índices epidemiológicos de cada região. Nos últimos meses, várias atividades foram realizadas de forma segura, seguindo protocolos sanitários, sem que houvesse influência no número de casos de Covid-19.
Dessa forma, a Abrape considera precipitado e prematuro o cancelamento de eventos que obedecem os cuidados necessários e exigidos”, informa a nota.
O DF junta-se a pelo menos 10 capitais brasileiras que cancelaram o Carnaval de rua em 2022. Festas tradicionais, como as dos blocos de rua do Rio de Janeiro (RJ) e de Salvador (BA), não ocorrerão neste ano.