09/02/2022 às 05h46min - Atualizada em 09/02/2022 às 05h46min

PCDF prende homem acusado de assassinar mãe e filha em córrego de Ceilândia

Jeferson Barbosa dos Santos, de 26 anos, foi preso em Luís Eduardo Magalhães, na Bahia

Policiais civis da 19ª Delegacia de Polícia (P Norte) em conjunto com policiais da 3ª DP (Cruzeiro) prenderam, na noite desta terça-feira (8/2), o homem acusado de assassinar mãe e filha em um córrego do Setor Habitacional Sol Nascente. Jeferson Barbosa dos Santos, de 26 anos, era amigo de Lázaro Barbosa — criminoso que cometeu uma chacina em Ceilândia e matou quatro pessoas de uma mesma família - e teve a foto divulgada pela PCDF na última segunda-feira (7/2).
 
A prisão foi feita na cidade baiana de Luís Eduardo Magalhães, a cerca de 540km de Brasília. Morador do Sol Nascente, Jeferson era conhecido pelas pessoas da região principalmente pela amizade que mantinha com Lázaro. Os dois chegaram a trabalhar juntos em serviços de carroceria e há a hipótese que tenham cometido crimes juntos, como roubos e furtos.
 
“Um dos celulares encontrados com o irmão do autor, inclusive, foi roubado pelo Lázaro. Ao longo das investigações, várias testemunhas trouxeram essa informação para nós”, detalhou o delegado frente do caso, Thiago Peralva, adjunto da 19ª DP.
 
Assim como Lázaro, Jeferson também conhecia muito bem a região. O córrego onde mãe e filha foram mortas foi no mesmo local onde Lázaro matou Cleonice Marques. À época, a mulher foi sequestrada, estuprada e assassinada com um tiro na nuca.
 
O caso
A última vez que mãe e filha foram vistas com vida foi por volta das 14h30 de 9 de dezembro de 2021, quando saíram para tomar banho em um córrego, localizado próximo de onde moravam. Foram 11 dias de buscas pela região, com trabalho da equipe do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal e da Polícia Civil. Quando os corpos foram encontrados, já estavam em estado avançado de decomposição. A perícia concluiu que Shirlene foi morta com 37 facadas, mas nenhuma delas atingiu a região abdominal. Tauane foi estrangulada e também apresentava cortes por arma branca. Após investigação para chegar ao possível autor do crime, agentes da 19ª delegacia apontaram Jeferson como o principal suspeito.
 
De acordo com os delegados responsáveis pela investigação, Gustavo Araújo e Thiago Peralva, Jeferson foi visto por testemunhas descendo, sozinho, para o córrego onde as vítimas estavam. Mas não se descarta a participação de uma outra pessoa no crime. "Depois que os corpos foram encontrados, Jeferson viajou com a esposa para Bahia. Ele teria passado as festividades de fim de ano com familiares no vilarejo de Mansidão. A promessa era de que ele voltasse para o DF em 29 de dezembro, mas isso nunca ocorreu", destacou Peralva.
 
Identificação
 
Testemunhas oculares afirmaram à polícia terem visto Shirlene e a filha indo rumo ao córrego. Uma outra testemunha relatou que, no mesmo horário e no mesmo dia, Jeferson desceu para o mesmo local. “Toda vez que desce uma pessoa para o córrego, os cachorros latem. Essas testemunhas só repararam que o autor tinha descido, porque os cachorros latiram. Ele desceu e não mais retornou. Depois disso, ninguém mais passou ali”, afirmou o investigador.
 
Na região, Jeferson se auto intitulava como o “cara que se dava bem com as mulheres do córrego'', fato também determinante para a autoria do crime. “As mulheres que desciam ali, ele investia, com base nos depoimentos colhidos”, acrescentou o investigador.
 
Shirlene era vista como uma mãe superprotetora em relação à Tauane, mais até do que os outros filhos. Testemunhas informais relataram que para defender os filhos, a mulher era capaz de tudo. Com base nisso, a polícia traçou uma linha de investigação. Segundo o delegado, Jeferson teria tentado “investir” contra a adolescente, motivo pelo o qual Shirlene teria defendido a filha. “Ela foi morta com 37 facadas e foi comprovado lesões de defesa. Acreditamos que, no calor da emoção, ela tenha tentado defender a Tauane.”
 
Tauane foi encontrada somente de calcinha. O short dela estava a poucos metros do local dos corpos. Apesar disso, não foi possível coletar o material biológico das cavidades sexuais para fazer qualquer confronto, de modo a comprovar se houve ou não violência sexual contra as vítimas.


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