Apesar da violência dos últimos ataques, a ofensiva da Rússia desacelerou nos últimos dias. Na sexta-feira (25/3), o Exército russo até perdeu espaço no território ucraniano. Kherson, a primeira cidade tomada após a invasão, voltou ao controle da Ucrânia, segundo informação do governo dos Estados Unidos. Um mês e três dias depois do ataque inicial ordenado por Vladimir Putin, oito grandes cidades estão ou sob ocupação ou cercadas.
Melitopol, Berdyansk, Donetsk e Luhansk estão sob o controle das tropas russas. Chernihiv, Sumi, Kharkiv e Mariupol estão sitiadas, e sob intenso – e indiscriminado – bombardeio. O Exército russo cercou as cidades, mas não conseguiu tomar efetivamente o poder.
Nos últimos dias, Mariupol se tornou um dos principais alvos de ataques. Segundo autoridades ucranianas, 100 mil pessoas estão na região e não conseguiram fugir. A cidade é considerada estratégica pela Rússia, por sua posição geográfica, no caminho para acesso e controle do Mar Negro.
França, Turquia e Grécia se juntaram na tentativa de resgatar refugiados em Mariupol, cidade ucraniana que foi devastada pela guerra iniciada em 24 de fevereiro.
Segundo informações da agência estatal russa de notícias RIA, os presidentes Emmanuel Macron, da França, e Vladimir Putin, da Rússia, negociam como isso será feito.
A movimentação político-diplomática ganhou mais força após autoridades locais de Mariupol confirmarem a morte de pelo menos 300 pessoas no bombardeio russo a um teatro.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já admitiu que a situação no local é “desumana”. A cidade estava sem acesso a comida, água e remédios. “Vamos lutar o máximo que pudermos. Até o fim, e com todas as nossas forças”, frisou nesta semana.
Russia perde Kherson
O Pentágono, órgão de defesa dos Estados Unidos, afirmou na sexta-feira (25/3) que o Exército russo perdeu o controle da cidade de Kherson, a primeira que foi tomada pelas tropas do presidente Vladimir Putin. A Rússia não comentou a afirmação – nem para negar.
Segundo o Pentágono, os ucranianos estão lutando para retomar toda a região, geograficamente estratégica. As informações foram divulgadas por agências internacionais de notícias.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança.
Exército muda estratégia
Militares russos confirmaram que o Exército reorganizou a estratégia militar de ataques na Ucrânia para focar na região de Donbass, no leste do país, que é separatista pró-Rússia. A mudança tem sido interpretada como um recuo da ambição inicial de Putin de tomar toda a Ucrânia e desbancar o governo de Zelensky.
Em pronunciamento em Moscou, Sergei Rudskoy, um oficial de alto escalão do Exército russo, disse que a intenção da nova fase da ofensiva é “libertar” totalmente o leste.
Ele descreveu que os ataques a outras cidades, incluindo a capital, Kiev, fazem parte de uma estratégia para “distrair” o Exército ucraniano.