O sul da Ucrânia está sitiado por tropas russas, e o leste passou a ser alvo de bombardeios massivos. Essa é a nova configuração da estratégia militar do país comandado pelo presidente Vladimir Putin.
O Exército russo abandonou Kiev e regiões próximas da capital para concentrar os esforços das tropas em áreas separatistas pró-Rússia na região de Donbass, onde estão Donetsk e Lugansk, que se autoproclamaram independentes na Ucrânia.
Nos últimos dias, segundo relatos de agências internacionais de notícias, os bombardeios nesses locais aumentaram muito, em preparação para a ofensiva terrestre.
Os russos falam em “libertar” Donbass, o que seria uma forma de, na prática, justificar a anexação do território à Rússia ou a criação de Estados-fantoches.
O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, em audiência no Congresso norte-americano, comentou a mudança de posicionamento das tropas.
“Putin pensou que poderia tomar rapidamente o controle da Ucrânia, tomar rapidamente o controle da capital. Ele estava errado. Acredito que Putin desistiu dos esforços para capturar a capital e agora está focado no sul e no leste do país”, resumiu.
Ataques
Moradores de Derhachi, no leste do país e próxima à fronteira com a Rússia, fugiram da cidade diante do temor de novos ataques russos indiscriminados.
Lá, os ataques, provavelmente com mísseis ou foguetes de longo alcance, destruíram uma escola no centro da cidade, ao lado da sede da polícia. As informações são da agência internacional de notícias AFP.
A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), entidade militar liderada pelos
Estados Unidos.
Na prática, Moscou vê essa possibilidade como uma ameaça à sua segurança. Sob essa alegação, invadiu o país liderado por Volodymyr Zelensky, em 24 de fevereiro. Os ataques não cessam, e nesta sexta-feira (8/4) a guerra completa 44 dias.