11/04/2022 às 07h08min - Atualizada em 11/04/2022 às 07h08min
Em 10 anos, Instituto de Cardiologia e Transplantes fez 600 operações
Distrito Federal é referência nacional e regional em transplantes de órgãos. Em 10 anos, Instituto de Cardiologia e Transplantes se consolidou na área e acumula boas histórias de pacientes que ganharam uma segunda chance de viver
Há uma semana o Instituto de Cardiologia e Transplantes do Distrito Federal (ICTDF) atingiu uma marca histórica: 600 pacientes voltaram a sonhar após receberem transplante de fígado. Em atuação desde janeiro de 2012, o ICTDF é referência regional e nacional, pois é a única instituição que realiza os procedimentos no Centro-Oeste. Além disso, pacientes que estão na fila do Sistema Único de Saúde (SUS) à espera do órgão, em todo o Brasil, podem ser encaminhados para a capital do país.
Brasiliense, empresário e amante da vida, Robério Melo, 57 anos, teve 90% do fígado comprometido em 2017, em decorrência de uma cirrose hemocromatose — sobrecarga de ferro que pode intoxicar órgãos e levar a doenças como câncer, batimento cardíaco irregular e cirrose do fígado. Ao procurar uma médica hepatologista, Robério recebeu o diagnóstico e precisou vivenciar o transplante na prática. Dia 19 de maio de 2017, foi o dia mais importante da vida do paciente, como relatou ao Correio.
"Fiquei uma semana em casa e foram os piores dias da minha vida. Um dia minha esposa chegou do mercado com a minha irmã e decidiram me levar ao hospital, pois eu não estava bem. Chegando lá, escutei o médico falando para minha esposa que o meu fígado estava 90% comprometido e que eu teria três dias de vida, após isso, eu entraria em coma e o quadro seria irreversível", contou Robério.
A história do empresário foi 1 entre 599 que deram certo. Ele disse que viver esse momento marcou sua trajetória para sempre. "Eu fiquei internado quarta, quinta e sexta. Na quinta, quando eu estava sozinho na UTI, uma enfermeira entrou e disse 'Seu Robério, a partir de agora você não vai tomar nem água, pois amanhã de manhã vai acontecer o seu transplante', aí meu coração faltou explodir. Aquele foi o momento mais importante da minha vida, pois na sexta era o terceiro dia e eu podia morrer", relatou.
Nova vida
Em 2017, a então estudante de medicina, Ianna Lara de Paula Miranda, 29 anos, foi submetida a um transplante de fígado. Após sentir-se mal e apresentar um quadro de vômito e náuseas, realizou os primeiros exames, identificando alterações nas taxas do fígado. O diagnóstico assustou a jovem, que estava no sexto período da faculdade. "Foi assustador, pois tinha estudado recentemente sobre insuficiência hepática. Eu via ali, tudo que estava acontecendo comigo, e lembrava do tratamento. Mas custava acreditar", revelou.