13/04/2022 às 08h02min - Atualizada em 13/04/2022 às 08h02min

Joe Biden acusa Vladimir Putin de cometer “genocídio” na Ucrânia

É a primeira vez que o presidente norte-americano usa o termo em relação ao líder russo e os ataques feitos em território ucraniano

As autoridades norte-americanas evitaram, até agora, usar o termo “genocídio” para falar dos ataques da Rússia em território ucraniano. Entretanto, o presidente dos EUA, Joe Biden, utilizou a palavra em um discurso e a repetiu para jornalistas. Segundo o político, Vladimir Putin, líder russo, tenta “acabar com a ideia de até mesmo ser ucraniano”.
 
Biden participava de um evento sobre o uso de etanol na gasolina, em Iowa, quando falou pela primeira vez. “O orçamento familiar e a capacidade de encher o tanque de uma pessoa: nada deve depender de um ditador declarar guerra e cometer genocídio a meio mundo de distância”, disparou o presidente.
 
Mais tarde, ao ser questionado por jornalistas sobre o assunto, Biden repetiu: “Sim, eu chamei essa situação de genocídio porque está cada vez mais claro que Putin tenta acabar com a ideia de ser ucraniano. As evidências estão aumentando”.
 
“Mais evidências surgem das coisas horríveis que os russos fizeram na Ucrânia. E, agora, vamos saber mais e mais sobre a devastação. Os advogados vão decidir, internacionalmente, se a situação se qualifica ou não (como genocídio), mas tenho certeza que parece assim para mim”, concluiu o norte-americano.
 
Ainda em fevereiro, foi aberto um caso no Tribunal Penal Internacional em Haia. Segundo o promotor do caso, há “base razoável para acreditar que tanto supostos crimes de guerra quanto os crimes contra a humanidade foram cometidos na Ucrânia”.
 
A Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, de 1948, definiu como genocídio “qualquer um dos seguintes atos cometidos com intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso”.
 
Beco sem saída
Enquanto isso, Putin praticamente decretou o fracasso de qualquer chance de um acordo de paz com os ucranianos, ao afirmar que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelemsky, “fabrica” provas de supostos crimes de guerra. O líder russo reafirmou que os objetivos da guerra são “claros e nobres”, e prometeu que tropas russas vão alcançá-los na Ucrânia.


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