O presidente Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quinta-feira (12/5) que não haverá interferência na Petrobras, a não ser, segundo ele, “pelas vias legais”. A declaração foi feita durante passeio de carro por Pariquera-Açu, em São Paulo.
Antes mesmo de assumir a Presidência da República, Bolsonaro indicou Roberto Castello Branco para comandar a Petrobras. Depois, em fevereiro de 2021, substituiu o então chefe da petroleira pelo general Joaquim Silva e Luna. Neste ano, o militar deixou a estatal após o mandatário do país indicar José Mauro Ferreira Coelho para a presidência da estatal.
Nas duas últimas ocasiões, as trocas foram feitas em meio à alta no preço dos combustíveis.
Cabe ao governo indicar um nome para o comando da Petrobras. Para que uma substituição seja concretizada, a indicação precisa do aval do Conselho de Administração da empresa.
Petrobras fatura no “sofrimento” do povo
No passeio pelo município paulista, o presidente Jair Bolsonaro disse que a petroleira está, cada vez mais, faturando em cima do sofrimento do povo brasileiro.
Na semana passada, a Petrobras anunciou lucro de R$ 44,561 bilhões no primeiro trimestre de 2022 — resultado 3.718,4% maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando a estatal faturou R$ 1,167 bilhão.
“[A Petrobras] Tem lucros absurdos e parece que não pensa em fazer cumprir o seu papel comercial como prevê a nossa Constituição. […] A Petrobras está, cada vez, mais faturando mais em cima do sofrimento do povo brasileiro”, afirmou Bolsonaro.
Petrobras está “gorda e obesa”
Na quarta-feira, o presidente disse que, “pensando no Brasil”, a estatal deveria diminuir a margem de lucro de seus acionistas. Em suas palavras, a Petrobras está “gorda e obesa”.
“A Petrobras está gordíssima, está obesa! Seu conselho e seus diretores poderiam, sim, reduzir a margem de lucro. A margem de lucro deles é na casa de 30%, já as outras petroleiras estão no máximo em 15%. Petrobras, você é Brasil! Ou quem está aí dentro não pensa no seu país? O povo está sofrendo bastante com o preço do combustível”, disse o mandatário em entrevista ao Balanço Geral de Maringá (PR).