29/05/2022 às 05h34min - Atualizada em 29/05/2022 às 05h34min
TRANSTORNO ESPECTRO AUTISTA
Se antes houve progresso instigante em desvendar a biologia do TEA no século passado, inúmeros trabalhos científicos foram e estão sendo realizados por dedicados pesquisadores, mas o desafiante autismo continua neste século XXI em extraordinários afazeres.
Oswaldo Freire Jornalista e escritor
Sendo uma síndrome neurobiologica multifatorial influênciada de forma complexa por diversos fatores genéticos e ambientais de risco, as pesquisas continuam no mundo inteiro.
Os genes, diminutas porções do DNA, são responsáveis pela predisposição de um transtorno ou uma doença.
O TEA não está vinculado á apenas um gene, porém a múltiplos genes encontrados nos cromossomos do DNA.
Estudos mais atuais indicam que mais de 100 genes são impactantes no TEA, como FOXP1, SYNCP1, CHDB, SCNZA, SHANK3, ADNP, ASHIL, dentre outros.
Em 2019, Hakanarson, avultou que, os genes CDH9 e CDH10 do cromossomo 5, prejudicariam a evolução das crianças autistas ao atrapalharem
a linguagem e o comportamento social.
Em 2014, o periódico acadêmico JAMA, mostrou que a hereditariedade explica 50% da probabilidade de desenvolver essa patologia. Os outros 50% seriam atribuídos ao meio ambiente durante a gestação.
Em 2015, Iossifor, deslindou, que combinações raríssimas de mutações de genes poderiam ocorrer espontaneamente de uma geração para outra.
Importante trabalho efetuado na Austrália, Suécia, Finlândia, Dinamarca e Israel com 2 milhões de indivíduos, sendo cerca de 22 mil com TEA, concluiu : a herdabilidade do autismo está estimado em aproximadamente em 80%.
Em 2017, Russo, da USP, acrescentou mais luz ao relevar o papel dos astrocitos - células que sustentam e nutrem os neurônios e interferem em funções cerebrais de autistas.
Em 2020, notável estudo foi divulgado no renomado periódico acadêmico CELL ao deslindar a existência de 102 genes relacionados ao TEA, enquanto que em 2015 eram 65 genes.
Registro que, novas descobertas advindas de tecnologia de alto rendimento e baixo custo, propiciarao achados promissores pelas análises de ligação genética e de citogenéticas e pelos estudos de genes candidatos (genes que interagem entre si dificultam a identificação deles).
Ressalto que, a universalização e a integração de ideais, de pesquisas e de resultados em parceirias acadêmicas com geneticistas, mestres clínicos, neurobiologos e profissionais de neuroimagem num esforço coletivo descobrirão genes responsáveis pelos TEAs ( são muitos TEAs ) e serão criadas estratégias de prevenção do autismo e tratamentos terapêuticos mais eficazes e duradouros.
Faço sinceros votos que esses altruístas cidadãos do mundo recebam, de modo compartilhado, o sonhado Prêmio Nobel da Medicina !!!
Oswaldo Freire
Jornalista e escritor