Goiânia – A farmacêutica Kênnia Yanka Silva Leão, de 26 anos, ex-namorada do suspeito de matar a tiros o pai dela dentro da farmácia da família em Goiânia, disse nesta quinta-feira (30/6) que sentiu “alívio” depois de ele ser preso.
Ela afirmou, porém, que ainda se sente muito “insegura” e com “revolta” por causa do crime cometido por Felipe Gabriel Jardim Gonçalves, 26.
“Se for solto, ele vai me matar”.
O suspeito foi preso, na quarta-feira (29/6), três dias depois de matar o ex-sogro, o policial civil aposentado João do Rosário Leão, 63, dentro da farmácia, no Setor Bueno, região nobre de Goiânia. O crime foi praticado à luz do dia, no início da tarde. A polícia o capturou na casa da mãe dele, no Conjunto Riviera, região leste da capital. Na casa, no momento da captura, estavam vários familiares do suspeito.
Aviso de morte
Kênnia contou que já estava separada de Felipe Gabriel e, no dia do crime, recebeu mensagem dele, por volta das 11h, depois de ele saber que o pai dela havia registrado boletim de ocorrência por violência doméstica contra o jovem. Segundo a farmacêutica, ele disse a ela que mataria o ex-sogro.
A farmacêutica afirmou que não tinha ido trabalhar no dia do crime na farmácia junto com o pai porque estava mal em razão de brigas que teve com o ex dias antes. Kênnia contou, ainda, que, após ouvir ameaça de morte contra o pai dela, tentou ir até a farmácia, mas houve um problema com o carro no meio do caminho. Ela tentou pedir ajuda, mas não deu tempo.
“Ele me ligou falando que já tinha matado meu pai e iria atrás de mim para me matar também e depois iria suicidar”, relatou a farmacêutica, que, assim que desligou o telefone, recebeu ligação da irmã mais velha, que presenciou o crime, dizendo que o pai delas havia sido assassinado. Kênnia e Felipe namoraram durante um ano.
A polícia entrou em contato imediatamente com a jovem e a orientou que ela entrasse em um shopping próximo para se resguardar, até que uma equipe de policiais chegasse ao local para escoltá-la. Depois, ela foi para a delegacia para fazer boletim de ocorrência.
Justiça
Com a prisão do suspeito, a filha da vítima disse que “a Polícia Civil fez a parte dela, mas a justiça precisa ser feita também”. “Se ele for solto, ele vai vir atrás de mim. Na cabeça dele, não tem nada a perder. Ela vai esperar habeas corpus para vir atrás de mim para me matar. Eu vou ter que me esconder de novo quando ele for solto”, lamentou a farmacêutica.
De acordo com Kênnia, o relacionamento dela com Felipe Gabriel durou um ano, mas os dois se conheceram há um ano e meio. “Nos três primeiros meses, ele demonstrou ser uma pessoa maravilhosa. Me pediu em casamento no segundo mês, todo mundo achou estranho. Aceitei, mas depois falei que não era a hora, fui vendo as agressões, ele me xingava, me empurrava”, disse ela.
A farmacêutica disse ter suspeitado que o ex dela estava escondido na casa da mãe dele desde o dia do crime. “Se não fosse assim, a mãe dele se apresentaria [na delegacia], falaria que não sabia onde estava o filho. Tenho muita revolta, porque ela agora tem um filho vivo, mas eu não tenho mais meu pai vivo. Ela pensou só em proteger o filho assassino dela”, desabafou.