Faltando menos de três meses para o primeiro turno da eleição presidencial, a Justiça decidiu que Adélio Bispo de Oliveira, o homem que tentou matar Jair Bolsonaro durante a campanha de 2018, deve seguir preso em uma penitenciária federal.
Adélio poderia ser libertado por agora, às vésperas do início oficial da campanha deste ano.
O despacho foi assinado nesta quinta-feira pelo juiz federal Bruno Savino, da cidade mineira de Juiz de Fora, onde ocorreu o atentado. Ele é o responsável pelo processo criminal aberto contra Adélio Bispo pela tentativa de assassinato.
A decisão será encaminhada ao juiz corregedor responsável pela penitenciária federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, onde Adélio está preso. O magistrado deverá chancelar o veredicto.
A sentença de Adélio foi assinada por Bruno Savino em junho de 2019. Na ocasião, em razão da constatação de que o agressor de Bolsonaro tem uma doença mental, o juiz aplicou ao caso a figura jurídica da “absolvição imprópria”, pela qual um réu não pode ser condenado.
A pena, então, foi convertida em internação. Àquela altura, Savino determinou que Adélio ficasse em uma prisão federal porque, no sistema prisional comum, ele correria risco de morte.
Ainda de acordo com a decisão, três anos após a sentença uma nova perícia deveria ser realizada para averiguar se Adélio Bispo seguia representando um risco para sociedade — havia, portanto, a possibilidade de ele ser colocado em liberdade imediatamente.
Tanto o Ministério Público Federal quanto o Departamento Penitenciário Nacional, vinculado ao Ministério da Justiça e responsável pela penitenciária de Campo Grande, se manifestaram a favor de que Adélio seguisse internado em uma prisão federal. Os dois pareceres foram levados em consideração na decisão de Bruno Savino, assinada na tarde desta quinta.