Nesse período de estiagem e de baixa umidade do ar no Distrito Federal, se hidratar e manter cuidados é fundamental para manter uma boa saúde. As mudanças climáticas podem afetar de diversas maneiras o corpo e o bem-estar pessoal. Especialistas passam dicas essenciais para amenizar os efeitos da seca na capital.
A seca caracteriza diversos agravantes à saúde, como problemas respiratórios, de pele e nos olhos. É o que explica o médico pneumologista, Thiago Fuscaldi, ele contou que nesse período de estiagem, o ar fica mais poluído pela falta de chuva, e que as chances de diversas infecções acabam se elevando.
“É muito comum nesse período a gente ter uma piora das doenças crônicas respiratórias do tipo rinite e asma, então as pessoas ficam mais sujeitas a ter exacerbações dessas doenças que têm previamente por conta de o ar mais seco e mais poluído pela falta de chuva fica mais material particulado no ar, isso acaba irritando as vias aéreas e propiciando que tenha mais irritações e alergias”, contou.
O pneumologista ainda ressalta que é de grande importância, nos casos de doenças crônicas, manter o uso das medicações inalatórias de rotina. Além de fazer com que as mucosas sejam bem hidratadas. “Passar soro fisiológico no nariz ajuda a fazer essa lavagem, até para evitar que essas mucosas não fiquem tão ressecadas”, disse o especialista.
Outro problema durante a seca, é a Síndrome do olho seco – falta de lubrificação adequada –, que aumentou cerca de 25% durante o inverno no DF, segundo a Secretaria de Saúde. Ardência, coceira, sensação de areia nos olhos e vermelhidão são alguns dos sintomas. A condição não tem cura e precisa de acompanhamento médico. Evitar ar-condicionado, beber água, arejar o ambiente, usar óculos com proteção ao se expor ao sol e reduzir o uso de eletrônicos ajudam na proteção dos olhos.
“Além disso, nesse período a gente tem o aumento no número de doenças de pele por causa do ressecamento e alguns pacientes também têm mais dificuldades de manter uma maior lubrificação dos olhos”, contou Thiago Fuscaldi.
Cuidados com a pele
A pele é outra parte do corpo diretamente afetada nesse período de seca, os lábios ressecados e ressecamento no corpo são mais evidentes. Ao Jornal de Brasília, a médica dermatologista, Cristina Salaro, ressalta que o inverno junto com o clima seco, acaba sendo bastante prejudicial à nossa pele. Ela ainda diz, que muitas complicações são originadas por falta de cuidado e hábitos errados dos brasilienses nesse período.
“As pessoas sofrem em relação ao clima porque elas têm esses hábitos errados, como o ato de tomar diversos banhos quentes durante o dia. Tem muita gente que toma dois banhos por dia e isso nessa época de seca a gente não recomenda, se fosse possível, a gente até recomendaria tomar banho dia sim e dia não. A outra coisa é a temperatura da água, que deve ser de morna para fria, nunca quente, porque ela retira o manto lipídico da pele, tanto do corpo quanto do couro cabeludo e do rosto, e esse manto lipídico ele confere proteção”, contou a dermatologista.
Cristina Salaro informa que na hora do banho o ideal seria utilizar sabonete líquido com pH neutro, que agride menos a pele. “Há sabonetes chamados de syndet que é bem gentil com a pele, são sabonetes líquidos que tem essa especificação no rótulo. Outra coisa que a gente observa é que as pessoas passam sabonete na pele como um todo, está errado, a gente tem que passar em áreas que produzem odor”, ressaltou.
A especialista conta quais são as recomendações de cuidado nesse tempo seco:
Tomar um banho por dia com a água de morna para fria e utilizar sabonete somente nas áreas que necessitam – rosto, axila, períneo e pé, quando for se enxugar, dar batidinhas na pele e não esfregar;
Hidratar bem o corpo todo o dia após o banho e utilizar protetores labiais, como óleo de coco e manteiga de cacau;
Tomar pelo menos oito copos de água durante o dia, a hidratação começa de dentro para fora;
Evitar fazer atividade física durante 10h e 17h devido a maior incidência de radiação solar e mais baixa umidade do ar. Se for fazer atividade física é preferível no começo da manhã ou pelo fim de tarde;
Utilizar protetor solar dentro e principalmente fora de casa;
Manter uma boa alimentação, como frutas com alto teor de água, como melancia e melão e com frutas com pigmentação laranja, como a própria laranja, mexerica e acerola, ricas em vitaminas C e além de ser anti inflamatórias;
Usar protetores labiais, como óleo de coco e manteiga de cacau. Lembrar também de passar na hora que for dormir.
DF está a mais de 75 dias sem chuvas
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o último registro de chuva no DF ocorreu há mais de dois meses atrás, no dia 17 de maio, nas regiões administrativas do Paranoá e do Gama, e também na Estação Ecológica de Águas Emendadas, localizada em Planaltina.
Neste fim de semana as temperaturas ficarão parecidas. Na sexta-feira (22), a temperatura mínima será de 13ºC e a máxima de 25ºC, no sábado (23) a mínima é de 12ºC e a máxima de 25ºC, no domingo (24) 13ºC de mínima e 25ºC de máxima e na segunda-feira (25), mínima de 13ºC e máxima de 25ºC. A umidade relativa do ar se manterá entre 30% de mínima e 75/80% de máxima.
Segundo a Defesa Civil do DF, são utilizadas três classificações padrões de cautelas em relação à situação de baixa umidade do ar. De atenção (entre 20% e 30% por cinco dias seguidos), de alerta (entre 12% e 20% por três dias consecutivos), de emergência (abaixo de 12% por dois dias em sequência).
A Defesa Civil do Distrito Federal (DCDF) envia informes de alertas via mensagens de SMS à população, destacando a possibilidade de condições climáticas que possam causar transtornos à sociedade. Interessados podem fazer o cadastro para recebimento dos torpedos enviando uma mensagem de SMS com o CEP de sua residência para o número 40199.